29.3.08

Cuidado: vem mais poluição visual por aí!


Estes são os novos painéis preparados para receber outdoors de anunciantes.
Ficam na parte da Avenida Airton Senna, na Gleba Palhano, aberta para o tráfego de veículos.
Veja pelas fotos como, mesmo antes de receber os outdoors, os painéis já poluem o ambiente.

A Prefeitura de Londrina participa da poluição

O painel da direita é da própria Prefeitura de Londrina, alardeando seus feitos. Nada contra.
O problema é a forma de comunicá-los.
O outdoor prova que tudo o que está sendo falado e criticado sobre a poluição visual de Londrina, não tem eco no próprio centro de controle, fiscalização e obediência ao Código de Postura - elaborado pela Prefeitura.
(Há vários outdoors da Prefeitura espalhados pela cidade, contribuindo para a poluição visual).

Campinho de futebol?

Parece, mas não é!
Estes outdoors estão encravados em um terreno da Rua Maringá.
Que bela visão...

27.3.08

Entrevista na Rádio Universidade FM, Londrina

Nesta manhã do dia 27, a Rádio Universidade FM de Londrina abriu seus microfones para uma entrevista comigo. A jornalista foi a eficiente e simpática Valéria Giani e o tema foi exatamente “Comunicação publicitária e a poluição visual em Londrina”.

Na entrevista, foi possível relatar aos ouvintes os aspectos mais críticos do problema - tanto a excessiva e indiscriminada disposição dos outdoors pelas nossas ruas e avenidas, como o festival desenfreado da comunicação exterior dos estabelecimentos comerciais – sem que sejam observados quaisquer critérios de proteção ambiental, estéticos ou de respeito à população.

Espero que a “pregação” feita neste blog, aliada aos comentários dos leitores, e os excelentes espaços obtidos na mídia jornal, rádio e tevê consigam atingir nossos objetivos: uma publicidade exterior mais profissional, mais ordenada e principalmente a criação de uma regulamentação mais rígida pelo poder público.

22.3.08

Visual de Londrina no Blog InfoNauta (*)

Comentário no Blog InfoNauta:


“Esta semana tomei contato com dois blogs mantidos por profissionais aqui de Londrina, cada um tratando de um assunto diferente, mas ambos muito interessantes...

...o primeiro deles é o blog
Visual de Londrina, mantido pelo publicitário Júlio Bahr, que vive há quatro anos em Londrina. No domingo (09/03), o JL publicou duas páginas de reportagens a respeito da poluição visual em Londrina causada pelo excesso de outdoors e painéis publicitários. A reportagem de Glória Galembeck utilizou os temas trabalhados por Bahr em seu blog para discutir a necessidade e a viabilidade do estabelecimento de uma lei que restrinja o número de outdoors na cidade.

De acordo com a reportagem existem cerca de 600 outdoors e 60 painéis luminosos na cidade, sem contar pinturas em muros e outros tipos de publicidade externa. Concordo que alguns pontos da cidade estejam saturados mas na minha opinião ainda é cedo para falarmos de uma “Lei Londrina Limpa”. E você? O que acha?”...

Conheça o Blog InfoNauta: http://www.infonauta.com.br/

21.3.08

Quando o excesso é o charme da comunicação


Nem sempre a publicidade exterior representa excessos de mau gosto, como em Londrina. Pois a cidade de Las Vegas tem seu charme exatamente por causa da qualidade da sua comunicação visual, brilhante, colorida e repleta de luzes. Aqui, as luzes são instrumentos para atrair turistas e valorizar a cidade.
Londrina tem muitas escolhas: permanecer com a horrorosa poluição visual que vem sendo mostrada neste blog, dia a dia mais devoradora da cidade; regulamentar o setor, para tornar a cidade mais bonita; ou ainda, (que sonho maluco, e por que não?) investir em idéias que façam da publicidade exterior uma atração turística no estado do Paraná.
Exemplos como os de Las Vegas servem de inspiração. Pessoas criativas estão em nosso redor. Empresas interessadas certamente não faltam. Os caminhos estão abertos.

20.3.08

TV Cidade mostra os exageros dos outdoors

A TV Cidade – Londrina incluiu hoje (20/03) um segmento abordando o tema outdoors no seu novo programa “Tribuna da Massa”.

Mais uma vez o “link” para idealizar o programa foi inspirado a partir do nosso blog Visual de Londrina, que foi mostrado como abertura da reportagem, além de uma entrevista com o autor que lhes escreve.

O programa reservou um longo tempo ao tema e incluiu entrevistas com uma arquiteta, um representante da Câmara dos Vereadores e um diretor da CMTU – órgão responsável pela fiscalização da publicidade exterior em Londrina. Além disso, a produção empenhou-se em filmar uma série de locais na cidade onde a poluição visual supera todos os limites do bom senso – locais bem fáceis de ser encontrados, visto que se espalham por toda Londrina.


Todos os entrevistados foram unânimes na desaprovação da situação como ela se mostra hoje, com uma proliferação desordenada dos outdoors, totens, front-lights e uma enorme parafernália de publicidade exterior.

O blog Visual de Londrina agradece à TV Cidade pelo apoio à temática que iniciamos em agosto do ano passado e também em especial à repórter Lívea Aguiar, simpática e eficiente ao realizar a entrevista.

Agora, é só torcer para que medidas mais efetivas contra a poluição visual sejam tomadas pelo poder público.

Códigos e regulamentações de publicidade exterior

O blog Visual de Londrina está mostrando como outras cidades no Brasil e no mundo estão agindo em relação à regulamentação da publicidade exterior (outdoors, painéis, front-lights, pinturas, luminosos, tótens, etc.). Eis alguns dos códigos que abordamos:

- Projeto de Lei reordenando os elementos que compõem a paisagem urbana da cidade de São Paulo.

- Decreto com novas regras para publicidade externa na cidade de Curitiba.

- Código de Ética nas Filipinas,
além do

- Código de Postura do Município de Londrina.

Pergunta: e o que é que Londrina tem com isso?

As pessoas conscientes do prejuízo que a poluição visual causa à nossa qualidade de vida e ao meio ambiente sabem que é absolutamente necessário disciplinar e regulamentar a publicidade exterior, para evitar abusos e excessos por parte de anunciantes, agências de propaganda e empresas de comunicação visual exterior.

Londrina está nos passando a idéia de que a cidade está inteiramente na mãos dos “colocadores de painéis” e abandonada pelos órgãos competentes, no caso a fiscalização da Prefeitura. Se o Código de Postura do nosso Município estabelece regras, dimensões e determinações para a propaganda exterior, este não está sendo obedecido.

Assim, cabe aos cidadãos obrigar os seus representantes e o Executivo a regulamentar e fazer cumprir o Código, a Lei e os anseios dos cidadãos.

Essa é a finalidade deste nosso blog.

Julio Ernesto Bahr

18.3.08

Outdoor: será o maior do mundo?

Montagem de estrutura e outdoor nas Filipinas




... e mesmo com todo o cuidado, acidentes acontecem:



Publicidade exterior nas Filipinas

A Associação de Outdoors das Filipinas, fundada em 1964, implantou um código de ética para a regulamentação do setor. Eis alguns pontos:

- construir estruturas apenas em locais permitidos pela administração pública;


- instalar as estruturas de maneira discreta e com bom gosto, respeitando sua quantidade e concentração;

- respeitar os locais determinados pela lei do zoneamento da comunidade;

- montar apenas os outdoors de anunciantes que aderiram às Normas Publicitárias do Código Filipino;

- montar os outdoors somente em áreas próprias ou alugadas que sejam administradas por empresas especializadas;

- seguir normas rígidas de projeto, construção e manutenção, no interesse da segurança e do bem estar comum;

- respeitar continuamente o interesse público na ocupação dos espaços;

- fazer cumprir as determinações pelos anunciantes e agências de propaganda, tanto o escrito nos contratos quanto no espírito da lei.

Diretivas foram estabelecidas e as operadoras de outdoors as respeitam rigorosamente, para assegurar a sua aplicação prática e ética no país. Algumas delas incluem:

- evitar a instalação de outdoors de produtos ou empresas concorrentes lado a lado ou na mesma linha de visão;


- todos os outdoors deverão ter identificação;

- estruturas temporárias erguidas deverão respeitar os projetos de construção;

- evitar a instalação de modo a esconder outro outdoor.

Com relação às mensagens publicitárias, não poderão sob hipótese nenhuma conter afirmações ou sugestões visuais que sejam:

- obscenas ou ofensivas à decência;

- falsas, enganosas ou ilusórias;

- ofensivas aos costumes morais da comunidade; e

- possam violar qualquer lei nacional ou local.
Fonte: Outdoor Advertising Association of the Philippines
Tradução: Julio E. Bahr

16.3.08

Do Jardim do Eden aos outdoors de Londrina

D’us criou o mundo e de lambuja, o Jardim do Éden.
D’us criou também uma pá de locais naturais maravilhosos, que nós, suas crias, costumamos visitar, geralmente nas férias, para impregnar-nos, deslumbrados, das suas belezas.
Tentando imitar a Sua obra, fomos criando cidades em locais aprazíveis, fundos de vale, sopés ou altos de montanhas, descampados, junto a rios, à beira-mar e em tantos outros locais onde Ele nos contemplou com a Sua generosidade.
Os reis e governantes das cidades continuaram a obra, criando espaços bonitos e cada vez mais agradáveis, para o gosto dos seus súditos e cidadãos. Londrina não fugiu à regra. Desde sua fundação há setenta anos, os governantes foram criando uma cidade diferenciada, que veio se modernizando rapidamente, valorizando os espaços, o verde e o meio ambiente.
Entretanto, existem empresas estabelecidas em Londrina, especializadas em publicidade exterior que aparentemente não dão (serão todas elas?) importância ao meio ambiente em que vivemos e cercam a cidade com uma "rede de painéis" (os chamados outdoors) sem nenhum critério, sem nenhuma estética, prejudicando a cada dia a qualidade de vida da população.
O ser humano gosta de estética. Que não é algo muito complicado nem recente. É um conceito que existe desde a velha Grécia. E faz muito bem a todos nós.
(Texto alterado em 24/03/08)

13.3.08

Três visões bem suburbanas



Não, estas imagens não são da periferia londrinense. Nem da periferia de qualquer outra cidade. As fotos foram clicadas em plena Av. Madre Leônia, lugar chique, caminho do Shopping Catuaí e de dezenas de condomínios residenciais de alto nível. Tudo o que Londrina oferece de pior em termos de poluição visual está aqui: locais absolutamente impróprios para outdoors, muros pintados (como nos tempos do homem das cavernas) e filas de paínéis dispostos como se fossem trenzinhos. Se fossem seguidas, as boas regras da comunicação publicitária não deixariam nenhum dos anunciantes expor um outdoor sobre muros pintados.

E ainda há gente dizendo que não, que Londrina não tem poluição visual?

12.3.08

Vitrines X Publicidade Exterior

Enquanto nosso blog tem mostrado sob vários ângulos a poluição visual na publicidade exterior da cidade, pouca importância se tem dado aqui em Londrina à criatividade na preparação das vitrines de lojas, principalmente das que ficam de frente para as ruas.
Pode-se dizer que a vitrine é equivalente a um outdoor, com a vantagem de poder atrair os passantes instantaneamente para dentro da loja.
Para isso, a vitrine deve ser criativa, diferente e chamar a atenção. Existem no mercado vitrinistas profissionais arrojados e inventivos, que utilizam materiais diferenciados, atraentes, sofisticados e até reciclados, na montagem de vitrines.
Quando se fala em investimentos na comunicação, qual mídia trará mais resultados? Uma vitrine muito bem feita e criativa, ou um outdoor perdido entre uma fileira de tantos outros, inclusive concorrentes? São instrumentos de mídia, que devem somar-se à publicação de anúncios, folders, comerciais de rádio e TV e outros.

Uma vitrine criativa, bonita e diferenciada é comentada, pode ter sua foto publicada na imprensa e trazer tantos resultados como se fosse um anúncio.
Vitrines: uma das mais atraentes alternativas para a redução da poluição visual.

Os exemplos acima são de vitrines muito arrojadas, criadas na década de 1970
para a japonesa Shishedo (cosméticos).
Note bem: são idéias de quase 40 anos atrás, ainda hoje absolutamente atuais e chamativas...

Editorial do Jornal de Londrina em 11/03/08


Poluição Visual

Quando o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), apresentou o projeto Cidade Limpa, ainda em 2006, para diminuir a poluição visual da capital paulista, muita gente achou a proposta impraticável para uma metrópole de 15 milhões de habitantes. Afinal, como seria possível a Prefeitura estar em todos os lugares ao mesmo tempo para fiscalizar, remover painéis externos e punir os infratores?


Apesar da forte resistência, sobretudo das empresas de outdoor, e de um caminhão de ações na Justiça, o projeto saiu do papel e foi para as ruas, em janeiro de 2007, mudando a cara da capital paulista – para melhor. Além de virar referência para outras cidades do Brasil e do exterior.

Menos para Londrina. Reportagem publicada domingo pelo JL mostra que a poluição visual cresce na cidade, sem que nada seja feito para conter o avanço. Pelo contrário: a taxa municipal para instalação de outdoor caiu no último ano, favorecendo a instalação dos painéis. “É uma agressão que não há como mensurar. O consumo e o comércio acabam sendo mais importantes do que o visual da cidade”, reclamou o publicitário Júlio Bahr.

Espera-se, no entanto, que do Município ou mesmo da Comissão de Meio Ambiente da Câmara saia uma regulamentação que coíba os excessos e privilegie a cidade. De preferência, uma lei corajosa, como a de São Paulo, sem concessões e sem medo de desagradar alguns setores interessados.


11.3.08

Dono de empresa de outdoor destoa na reportagem do JL

Na reportagem sobre a poluição visual em Londrina, publicada no Jornal de Londrina em 09/03/08 (“Sem lei, poluição visual aumenta”), houve uma quase unanimidade em relação aos avanços e prejuízos que a proliferação de outdoors e a falta de fiscalização da Prefeitura vêm causando à Londrina.

Quem destoou, obviamente, foi o maior interessado em negócios, faturamento e lucros, ou seja, o dono da empresa Rede Outdoor, Paulo Rezende.

O empresário faz questão de ignorar o óbvio, demonstrando a insensibilidade própria daqueles que não entendem a estética como uma necessidade natural do ser humano e coloca-se absolutamente alheio aos significados de responsabilidade ambiental e responsabilidade social.

Mesmo sendo provada neste blog a exagerada poluição visual da cidade através de fotos, artigos e opiniões de especialistas, bem como na entrevista do presidente da APP - Associação dos Profissionais de Propaganda de Londrina, Alessandro Cesário, nas preocupações externadas pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Londrina e ainda da arquiteta Denise de Cássia Rossetto Januzzi, docente da UEL, o empresário discorda de absolutamente tudo, certamente temeroso de ver seus trens da alegria, ou melhor, seus trens de outdoors serem retirados das ruas em benefício de um visual mais bonito para a cidade.

Sou testemunha do avanço incontrolado da propaganda exterior na cidade de São Paulo, chegando a um ponto de deterioração tão grande, que permitiu a intrusão de vândalos pichando muros, garagens, prédios e tudo que estivesse ao seu alcance, cientes de que nem os donos das empresas de outdoor, nem eles, pichadores, seriam algum dia punidos. A poluição visual causada pela propaganda e o vandalismo se entrelaçaram. Deu no que deu. O prefeito Kassab limpou a cidade.

Este blog vai continuar denunciando, fotografando e apontando os excessos, a feiúra, a falta de fiscalização e controle, e os malefícios que a poluição visual produzida pelos indiferentes empresários do setor vêm causando aos londrinenses. Mesmo que o dono da Rede Outdoor discorde.

9.3.08

Nosso blog "Visual de Londrina" abre discussão na imprensa

Glória Galembeck, jornalista do Jornal de Londrina, tomou conhecimento deste blog e publicou a matéria abaixo no domingo 09/03/08:

Sem lei, poluição visual aumenta

Para profissionais do setor, excesso estaria comprometendo função de painéis e outdoors

Como conseqüência de uma legislação pouco específica acerca de publicidade, a poluição visual em Londrina aumenta a cada dia. A estimativa, segundo profissionais do setor, é de existam 600 outdoors tamanho 9 x 6 metros na cidade e pelo menos 60 front-lights – painéis luminosos de metragem variável. “Vista do alto, a cidade é linda, com a paisagem de prédios e vegetação. Mas, ao caminhar pelo centro, mal se vê o céu. Há um excesso de painéis, como se fossem vagões de um trem, que escondem a vegetação e a arquitetura”, disse o publicitário Júlio Bahr, que, em quatro anos vivendo em Londrina, notou o aumento na quantidade e no tamanho dos outdoors. O resultado de suas observações pode ser acompanhado no blog Visual de Londrina (
http://visual-de-londrina.blogspot.com ), no qual ele retrata flagrantes do excesso de propaganda. “É uma agressão que não há como mensurar. O consumo e o comércio acabam sendo mais importantes do que o visual da cidade”, apontou.
Em alguns pontos da cidade, os painéis estão posicionados acima de muros que também foram pintados com propagandas. O resultado é uma paisagem carregada, um emaranhado de letras e logomarcas no qual é difícil distinguir as mensagens. “A função do outdoor é lembrar a marca, ser uma coisa sucinta. Noto que, em Londrina, tornaram-se verdadeiros classificados, com textos longos e muita informação, que nenhum motorista consegue ler”, afirmou Bahr.

Ciente do avanço do setor, Alessandro Cesário, presidente da Associação dos Profissionais de Propaganda (APP) e especialista em marcas, disse que a entidade busca estabelecer critérios mais consistentes para a exploração visual. “Quando qualquer cidade deixa [a exploração] muito aberta, fica-se sem limites e aí atrapalha mais em vez de comunicar.”


Nos casos em que a presença do outdoor desrespeite o poder público, o cidadão ou o meio-ambiente, a publicidade acaba por ser negativa, ir contra a mensagem da propaganda. “Cada vez mais as empresas se mostram socialmente responsáveis, por isso, além dos atributos técnicos da propaganda, há outros aspectos envolvidos. Desde a procedência do papel até o material de que é feito o outdoor, e se foi preciso tirar alguma árvore para instalar o painel, tudo isso faz parte da mensagem”, observou.

Regulamentação

Câmara quer disciplinar atividade

A comissão de Meio Ambiente da Câmara de Vereadores pretende disciplinar a instalação de outdoors. O vereador Paulo Arildo (PSDB), presidente da comissão, informou à reportagem que vai esperar o clima na Câmara ficar mais tranqüilo – em referência às investigações do Ministério Público sobre vereadores da Casa – para convocar uma reunião do grupo. “Há o problema da retirada de árvores para instalação de outdoors e também dá falta de regulamentação de propagandas em fachadas de lojas e aqueles painéis enormes em prédios”, disse o vereador.
A regulamentação futura, garante o vereador, não deve seguir os passos da Lei Cidade Limpa, de São Paulo, em vigor desde janeiro de 2007, que acarretou na retirada de outdoors e placas das fachadas de lojas. “Não queremos tirar o que já existe, mas colocar limites”, disse.

Empresário discorda da saturação

Na avaliação de Paulo Rezende, dono da empresa Rede Outdoor, que faz a instalação desses painéis, a cidade não está tão saturada. “O outdoor não polui porque é um padrão, e os triplos [três outdoors envolvidos por uma lona, na qual a mensagem é impressa] não são tão constantes. Eles cumprem o objetivo de gerar impacto visual, e não se prolongam por muito tempo”, afirmou.

Outra contribuição das empresas do ramo, segundo Rezende, é a manutenção dos terrenos onde o outdoor está instalado.

Publicidade: CMTU inicia levantamento de outdoors instalados na cidade


Empresas pagam R$ 40 à Prefeitura por outdoor; considerando a existência de 600 painéis na cidade, são cerca de R$ 24 mil recolhidos aos cofres municipais anualmente.


A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) iniciou em novembro do ano passado um levantamento dos outdoors instalados no município. Segundo Wilson Galvão, coordenador de posturas, a fiscalização parte das informações prestadas pelas empresas de outdoor. De posse dos dados, dois fiscais vão às ruas conferir a localização dos painéis.

A exploração dos meios de publicidade em Londrina, o que inclui outdoors e painéis, é disciplinada por apenas 14 artigos do Código de Posturas do Município. Não há qualquer menção ao tamanho e quantidades de propagandas. Também não há menção a placas em fachadas de lojas na legislação.

A ordenação da atividade é delimitada em seu artigo 188 (parágrafo II), em que afirma que será proibida a propaganda que “de alguma forma prejudique os aspectos paisagísticos da cidade, seus panoramas naturais, monumentos típicos, históricos e tradicionais e, ainda, em frente a praças, parques e jardins públicos”.

Segundo Galvão, não há registro de outdoor que tenha sido retirado devido a irregularidades. É proibido, por exemplo, publicidade que contenha incorreções de linguagem, assim como painéis que prejudiquem a visibilidade das fachadas dos prédios.

Para manter o outdoor, as empresas do ramo pagam R$ 40 à Prefeitura por ano, segundo o setor de espaço público da CMTU. Considerando a existência de 600 outdoors na cidade, são cerca de R$ 24 mil recolhidos aos cofres municipais anualmente. A cobrança tem origem no Código de Posturas do Município, que, em seu artigo 186, estabelece que a publicidade instalada em local privado, mas que seja visível em locais públicos, é passível de taxação.

Até o ano passado, a cobrança era feita por metro quadrado – e bem mais salgada. O metro quadrado custava R$ 13,93, ou seja, o empresário pagava R$ 376,11 por ano para explorar o espaço.

Cidade precisa de critérios, diz arquiteta

A publicidade se torna um elemento de poluição visual, segundo a arquiteta Denise de Cássia Rossetto Januzzi, docente da Universidade Estadual de Londrina (UEL), quando ocorre um conflito visual. “Temos a paisagem natural e a paisagem construída. A colocação de uma placa pode gerar esse conflito como o conjunto de edificações”, explicou. Esse conflito acaba por gerar uma sensação de irritação e desconforto em quem vê a mensagem, e surte um efeito contrário.

“Não é porque a mensagem é grande que ela vai ter o efeito desejável. Há uma idéia de quanto mais, melhor, mas não é o excesso que faz a boa propaganda”, pontuou. Ela defendeu que Londrina precisa de regras para o setor. “Não há limites. A cidade precisa de critérios, como definir tamanhos de outdoor e áreas em que é permitida essa exploração”, afirmou.


2.3.08

Londrina, poluição visual e um olhar crítico

Extratos de artigo publicado na Folha de Londrina em 17 /08/2007

Poluição Visual


“... Aqui em Londrina, em alguns lugares, a situação já é preocupante. Somente para citar um exemplo, na Avenida Madre Leônia Milito, que liga a Avenida Higienópolis ao maior shopping center da cidade, a publicidade é excessiva, como acontecia em São Paulo. São outdoors sucessivos incomodando quem passa por lá. Nossa legislação municipal, salvo engano, é muito genérica, não permitindo a publicidade que ‘de alguma forma prejudique os aspectos paisagísticos da Cidade, seus panoramas naturais, monumentos típicos, históricos e tradicionais e, ainda, em frente a praças, parques e jardins públicos’. Mas o que prejudica de alguma forma aspectos paisagísticos da cidade? Difícil dizer.
Já é necessário, portanto, que a Câmara Municipal preocupe-se, desde já, enquanto a situação ainda é fácil de ser contornada, com esse problema que a cada dia se agrava.”
Gabriel Bertin de Almeida, Advogado,
Mestre e doutorando pela USP, Professor da PUCPR.