20.9.15
10.2.14
Lei Cidade Limpa: andando na marcha-a-ré?
28.12.13
Poluição visual: vai começar tudo de novo?
Se a lei apenas beneficiar mobiliários urbanos, tudo bem. Mas quando fala em ampliar o número de outdoors pelas ruas, é para se desconfiar! |
O prefeito de Londrina, Alexandre Kireeff (PSD), sancionará na próxima segunda-feira, dia 28, bem às vésperas do Ano Novo, projeto que flexibiliza a Lei Cidade Limpa em Londrina, lei que entrou em vigor em junho de 2010 pelas mãos do prefeito anterior, o cassado Barbosa Neto, e limpou a paisagem urbana, acabando com a enorme poluição visual da cidade.
Um acordo entre a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e entidades como Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL) e Associação dos Profissionais de Propaganda (APP), que à época da discussão da lei foram absolutamente contra, flexibilizaram" a lei. À época duras discussões e comentários agressivos foram registrados neste blog, pioneiro nas denúncias da poluição visual e estopim para que a Lei da Cidade Limpa fosse promulgada. Vamos ver para onde caminhará a publicidade exterior na cidade.
Enquanto a lei permitir a aplicação de publicidade em equipamentos chamados de mobiliário urbano, como pontos de ônibus e táxis, lixeiras, bancos e outros, a "flexiblização" poderá se revelar até benéfica. Mas quando decide reduzir a distância entre outdoors para 90 metros, segundo emenda do vereador Mário Neto Takahashi (PV), é para se ficar com a pulga atrás da orelha. Há um mau cheiro no ar... ou algo de podre neste reino londrinense.
17.5.13
Mercado Palhano: erro mercadológico ou malandragem?
Com dois pisos, além de estacionamento coberto – e muito caro – o mercado abrigava 40 lojas no primeiro piso e um terraço-deck, com três restaurantes. Elevadores modernos, construção avançada, várias lojas conhecidas principalmente na oferta de alimentos, doces, sorvetes, chopes e petiscos misturavam-se a bancas de frutas e lojas de presentes e utilidades, dando a conotação de um mini-shopping. O espaço tornou-se um dos mais agradáveis da cidade, situado defronte ao Lago Igapó2.
E aí ocorreu o mistério: das 40 lojas abertas na época da inauguração há dois anos no primeiro piso, cerca de 90% fecharam as portas. Da última vez em que lá estive, ainda deu para saborear um gostoso chopp, mas o ambiente com lojas fechadas, as lonas abaixadas, tornou-se tétrico e pouco convidativo.
Há alguns dias publiquei o post “Propaganda, o negócio da alma” nos blogs Bahr-Baridades e Propaganda, prazer em conhecer (links na coluna ao lado) destacando que “hoje são sociólogos, psicólogos, neurolinguistas, estudiosos da mente humana, pesquisadores de mercado, entre outros, que se ocupam com a identificação exata do consumidor ao qual se destina determinado produto. São especialistas que vasculham minuciosamente o perfil, gostos, desejos, idade, sexo, sentimentos ocultos das pessoas… e conseguem, figurativamente, até invadir as suas almas”.
Deduz-se então que os responsáveis pelo Mercado Palhano adotaram dois caminhos possíveis:
1 – Erraram grotescamente na pesquisa de mercado e no atendimento das expectativas dos consumidores, uma situação imperdoável para este tipo de empreendimento no Século XXI, quando existem tantas ferramentas e tanta gente especializada para evitar tal derrocada;
2 – Estão dando um golpe baixo nos lojistas que participaram de boa-fé do empreendimento, havendo uma razão muito forte para expulsá-los de lá – talvez um contrato mais vantajoso com algum mega-empreendedor, um supermercado, uma loja de departamentos.
Como Londrina é uma cidade muito misteriosa em seus meandros, as dúvidas só serão esclarecidas no futuro. Afinal, esta é uma cidade onde obras públicas são iniciadas e não concluídas (como as avenidas Ayrton Senna e Mabio Palhano), reformas de prédios públicos estão paralisadas (Secretaria da Cultura, Teatro Ouro Verde), projetos são pagos sem concretização (como o ex-futuro Teatro Municipal), há placas indicativas para o inexistente Jardim Botânico que abriga em sua sede luxuosa uma pá de funcionários sem que exerçam qualquer atividade, praças e parques (inclusive uma doada pela colônia japonesa) são abandonados, não há verbas para conservação de prédios históricos (Museu de Arte, Estação Rodoviária) e a cidade mais importante do Norte do Paraná não consegue a duplicação da rodovia que liga Londrina à capital Curitiba – apesar do altíssimo custo dos pedágios e da estatística alarmante reportando acidentes e mortes.
15.5.13
Um passeio pelo Igapó 2
O que restou de um banco. E pichado! |
Uma lixeira de concreto arremessada na água |
O problema é que, não se sabe saídos de onde, quem são e por quê o fazem, alguns paspalhos descobriram mais uma atividade para praticarem no lago: o vandalismo.
Vários postes tiveram as luminárias retiradas ou furtadas |
Mas, voltando ao vandalismo, a estas alturas não dá para entender a função da Guarda Civil Metropolitana – afinal não é incumbência deles a vigilância dos prédios e parques públicos? Como é que persiste o vandalismo no lago e em outras regiões de Londrina?
15.4.13
E o nosso Lago Igapó II, prefeito Kireeff?
Entretanto, para as milhares de pessoas que praticam caminhadas, corrida ou circulam de bikes no entorno do Lago Igapó II – que deveria ser o cartão postal de Londrina -, a visão e o olfato tendem a criar certa “antipatia” pelo seu secretariado, ou pelo secretário responsável.
A sujeira se acumula sobre as águas. A cor da água está marrom, principalmente após as chuvas. O assoreamento aumenta dia após dia – basta ver a foto da ave no meio do lago, com as patas fincadas no fundo. A água e os peixes estão contaminados. Provavelmente em alguns trechos não haverá um palmo de altura de água. Nas avenidas do entorno, emaranhados de folhas, galhos e lixo se acumulam nas entradas dos bueiros, o que vem provocando alagamentos pontuais em algumas partes das avenidas. O que imaginar então do estado de entupimento das galerias que deveriam escoar as águas?
Existe um cidadão que faz questão de se manter anônimo; sozinho e às próprias expensas ele já plantara mais de 1.000 mudas de árvores quando o conheci, na época da seca, regando muda por muda para que florescessem. Imagino que hoje já tenham passado de 1.500. E pode-se notar o cuidado com que estas mudas, grande parte delas já crescidas, vêm sendo tratadas por ele: estão protegidas por garrafas pet vazadas, para evitar formigas e até aquelas pessoas voltadas à destruição e ao vandalismo.
Tive a oportunidade de conhecer o lago na época em que foi escavado, antes de ser novamente alagado. Era de uma profundidade bastante grande. Talvez nem desse pé para quem lá quisesse nadar.
Se eu como simples cidadão, pudesse sugerir algumas soluções, já lhe encaminharia a primeira: formar uma “Força Tarefa” (nada a ver com o Gaeco, Polícia Federal, Ministério Público), formada por pessoas preocupadas com a situação do Igapó II e que começassem a atuar oficialmente, em conjugação com a administração da prefeitura. Primeiro, obrigando as construtoras que vêm erguendo arranha-céus na Gleba Palhano a se cotizarem para desassorear o lago. Afinal, sem sombra de dúvidas, são elas as maiores responsáveis pela terra que desce das suas obras e das avenidas e ruas onde caminhões a carregam para cima e para baixo. O destino final da terra: o fundão do lago.
Há muito a fazer pelo nosso Igapó II. Espero que o lago (junto com os demais que se interligam) faça parte de uma das suas prioridades imediatas, para tomar providências ontem depois do almoço.
15.12.12
Os donos das ruas em Londrina
Palavra de ordem dos últimos anos no Brasil, “Responsabilidade Social” fica distante do conhecimento e das cabeças dos responsáveis pela construção civil em Londrina. Estamos em fim de gestão do prefeito – que aliás foi colocado apenas interinamente no cargo, pois o eleito foi cassado, para “orgulho” dos londrinenses – e parece não haver fiscalização, comando, ordem e leis que regulamentem as construtoras.
A região da Gleba Palhano, onde a densidade de construção aparenta ser de dois edifícios por metro quadrado, tal a gana, a voracidade e a falta de respeito com a população do entorno, é a mais atingida por abusos, ruídos e infrações à lei.
A foto mostra uma das pistas da Av. Ernani Lacerda de Athayde, na Gleba, fechada nesta sexta-feira por um caminhão em fila dupla, descarregando material na obra. Quer dizer, o responsável pela obra simplesmente se arrogou o direito de fechar a pista! Os outros motoristas que se danassem.
Próximo a esta avenida, na Rua Wesley Cesar Vanzo, onde um super edifício está sendo erguido de frente para o Igapó III, tivemos dois dias antes o ditatorial fechamento da rua durante um período de mais de oito horas, quando um imenso guindaste entrou em operação. O horário para obras, conforme regulamentado pela Prefeitura, cessa às 20:00 h, mas a construtora insistiu em levar adiante a barulheira, o trabalho do guincho e o fechamento da rua até perto das 21:00 h.
É comum trafegarem caminhões basculantes largando terra pelas ruas; caminhões de fornecedores com motores desregulados e barulhentos; empilhadeiras e tratores de grande porte trafegam e operam pelas ruas de um lado para outro, apesar da lei determinar que devam ser removidos sobre caminhões. Betoneiras largam restos de concreto pelas avenidas. Nas chuvas, desce uma lama espessa em direção às águas do Lago Igapó II.
O telefone da SEMA, órgão responsável pela regulamentação das construções não atende à noite; o número de telefone celular do chamado “plantão noturno” obtido a duras penas, tampouco atendeu nossa ligação.
Então, fica aqui desde já um apelo ao novo prefeito Alexandre Kireeff que toma posse no dia 1º de janeiro: faça as construtoras se enquadrarem na lei. Nosso blog lança este alerta: passaremos a denunciar estas e outras irregularidades através do blog “Visual de Londrina”, o blog que motivou a prefeitura a implantar a Lei Cidade Limpa para acabar com a população visual na cidade de Londrina. A força do blog e o sucesso da iniciativa ficaram evidentes. Vamos repetir a dose para denunciar os abusos!
É bom que as construtoras não subestimem o poder de fogo da rede virtual!
1.11.12
Equipamento de utilidade pública
13.12.11
A defesa da paisagem urbana(*)
(*) Editorial do jornal O Estado de São Paulo de 12/122011
Cinco anos depois da entrada em vigor da Lei Cidade Limpa – que livrou a paisagem da capital paulista do uso abusivo de peças publicitárias -, a Prefeitura começa a estudar formas de disciplinar as novas intervenções urbanas para consolidar e ampliar essa conquista. O objetivo é garantir o direito dos paulistanos de aproveitar a paisagem formada por elementos tanto naturais como artificiais – vegetação, serras, monumentos, prédios históricos, etc. Reconhecida internacionalmente como uma eficiente forma de combate à poluição visual, a Lei Cidade Limpa é um exemplo de que determinação política e rigor na fiscalização são essenciais para resolver um problema como esse, que se arrastava e se agravava há décadas.
Foram muitas as tentativas de livrar a cidade dos milhares de outdoors, faixas, cartazes, backlights, frontlights, bonecos infláveis, cavaletes e outras peças de publicidade externa. A lei entrou em vigor com a promessa da Prefeitura de tolerância zero, o que provocou desconfiança de muitos sobre a sua real capacidade de fiscalização e de resistência aos grupos que sempre atuaram como donos da paisagem paulistana. O Executivo municipal, no entanto, além de firme, foi também hábil ao estabelecer etapas para o ordenamento da publicidade externa na capital: primeiro, limpou as ruas e prometeu que, em seguida, realizaria licitação para exploração publicitária do mobiliário urbano.
Em setembro, a Câmara Municipal aprovou lei que permite a exposição de anúncios em 43 mil pontos de São Paulo – totens das paradas de ônibus e plataformas de embarque e desembarque dos terminais e estações de transferência, além de mil relógios de rua. A concessão será pelo período de 30 anos e renderá ao Município R$ 2 bilhões.
Para assegurar o interesse dos grupos publicitários, é importante que a Prefeitura fiscalize e coíba rigorosamente a publicidade clandestina. Para isso, em fevereiro foi criado um grupo dedicado a reforçar a fiscalização em toda a cidade, por meio das 31 subprefeituras.
O resultado tem sido excelente: em dez meses, foram retiradas 574.361 propagandas irregulares das ruas, entre faixas, banners, cartazes e outras peças. O volume é três vezes maior do que o recolhido durante todo o ano passado e seis vezes maior do que o de 2009. Os fiscais aplicaram aproximadamente R$ 50 milhões em multas – em 2010 foram R$ 15,9 milhões.
Agora, a luta pela preservação da paisagem entra em nova fase. Em 2012 será criado um grupo para sugerir padrões de construção capazes de preservar paisagens de valor para a população. A discussão do tema já passou pela Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU).
Em entrevista ao Estado, a arquiteta Pérola Felipette Brocaneli, membro da CPPU, afirmou que a intenção é evitar a obstrução completa da paisagem, como ocorreu com a construção do Shopping Bourbon, na Pompeia, zona oeste da capital. O prédio impede que os moradores do local avistem o Pico do Jaraguá. A comissão também interferiu no licenciamento ambiental do monotrilho em construção na zona leste – a extensão da Linha 2-Verde do Metrô. As vigas que sustentam os trilhos suspensos mudam a paisagem. Por isso, exigiu-se do consórcio o aterramento da fiação elétrica ao redor da obra e a instalação de barreiras acústicas transparentes, além de um corredor verde sob os trilhos.
São Paulo segue, assim, a tendência mundial de proteção da paisagem urbana. Ela vai além dos aspectos culturais, ecológicos, ambientais e sociais, pois tem grande importância econômica para a metrópole – afeta o potencial turístico e o próprio mercado imobiliário. No início de novembro, a cidade recebeuem Nova Yorko Prêmio International Scenic Visionary Award, ocasião em que foi lançado o documentário This Space Available, baseado na experiência da Lei Cidade Limpa. O filme descreve a luta contra a poluição visual nos espaços públicos em todo o mundo.
Essa lei é um sucesso e deve servir de exemplo para cidades de todo o País.
Nota do Visual de Londrina: este editorial do jornal O Estado de São Paulo foi inserido por completo no blog para demonstrar que um projeto de despoluição visual, quando bem executado, só tende a resultar
(Foto: notícias Cabana
14.8.11
Nova paisagem em outdoors
13.8.11
Antes e depois
A foto menor mostra um trecho da Av. Higienópolis em junho de 2009, antes da reordenação que a Prefeitura de Londrina está procedendo em relação à publicidade exterior. As duas outras fotos mostram o mesmo trecho em agosto de 2011.