15.4.13
E o nosso Lago Igapó II, prefeito Kireeff?
Entretanto, para as milhares de pessoas que praticam caminhadas, corrida ou circulam de bikes no entorno do Lago Igapó II – que deveria ser o cartão postal de Londrina -, a visão e o olfato tendem a criar certa “antipatia” pelo seu secretariado, ou pelo secretário responsável.
A sujeira se acumula sobre as águas. A cor da água está marrom, principalmente após as chuvas. O assoreamento aumenta dia após dia – basta ver a foto da ave no meio do lago, com as patas fincadas no fundo. A água e os peixes estão contaminados. Provavelmente em alguns trechos não haverá um palmo de altura de água. Nas avenidas do entorno, emaranhados de folhas, galhos e lixo se acumulam nas entradas dos bueiros, o que vem provocando alagamentos pontuais em algumas partes das avenidas. O que imaginar então do estado de entupimento das galerias que deveriam escoar as águas?
Existe um cidadão que faz questão de se manter anônimo; sozinho e às próprias expensas ele já plantara mais de 1.000 mudas de árvores quando o conheci, na época da seca, regando muda por muda para que florescessem. Imagino que hoje já tenham passado de 1.500. E pode-se notar o cuidado com que estas mudas, grande parte delas já crescidas, vêm sendo tratadas por ele: estão protegidas por garrafas pet vazadas, para evitar formigas e até aquelas pessoas voltadas à destruição e ao vandalismo.
Tive a oportunidade de conhecer o lago na época em que foi escavado, antes de ser novamente alagado. Era de uma profundidade bastante grande. Talvez nem desse pé para quem lá quisesse nadar.
Se eu como simples cidadão, pudesse sugerir algumas soluções, já lhe encaminharia a primeira: formar uma “Força Tarefa” (nada a ver com o Gaeco, Polícia Federal, Ministério Público), formada por pessoas preocupadas com a situação do Igapó II e que começassem a atuar oficialmente, em conjugação com a administração da prefeitura. Primeiro, obrigando as construtoras que vêm erguendo arranha-céus na Gleba Palhano a se cotizarem para desassorear o lago. Afinal, sem sombra de dúvidas, são elas as maiores responsáveis pela terra que desce das suas obras e das avenidas e ruas onde caminhões a carregam para cima e para baixo. O destino final da terra: o fundão do lago.
Há muito a fazer pelo nosso Igapó II. Espero que o lago (junto com os demais que se interligam) faça parte de uma das suas prioridades imediatas, para tomar providências ontem depois do almoço.
15.12.12
Os donos das ruas em Londrina
Palavra de ordem dos últimos anos no Brasil, “Responsabilidade Social” fica distante do conhecimento e das cabeças dos responsáveis pela construção civil em Londrina. Estamos em fim de gestão do prefeito – que aliás foi colocado apenas interinamente no cargo, pois o eleito foi cassado, para “orgulho” dos londrinenses – e parece não haver fiscalização, comando, ordem e leis que regulamentem as construtoras.
A região da Gleba Palhano, onde a densidade de construção aparenta ser de dois edifícios por metro quadrado, tal a gana, a voracidade e a falta de respeito com a população do entorno, é a mais atingida por abusos, ruídos e infrações à lei.
A foto mostra uma das pistas da Av. Ernani Lacerda de Athayde, na Gleba, fechada nesta sexta-feira por um caminhão em fila dupla, descarregando material na obra. Quer dizer, o responsável pela obra simplesmente se arrogou o direito de fechar a pista! Os outros motoristas que se danassem.
Próximo a esta avenida, na Rua Wesley Cesar Vanzo, onde um super edifício está sendo erguido de frente para o Igapó III, tivemos dois dias antes o ditatorial fechamento da rua durante um período de mais de oito horas, quando um imenso guindaste entrou em operação. O horário para obras, conforme regulamentado pela Prefeitura, cessa às 20:00 h, mas a construtora insistiu em levar adiante a barulheira, o trabalho do guincho e o fechamento da rua até perto das 21:00 h.
É comum trafegarem caminhões basculantes largando terra pelas ruas; caminhões de fornecedores com motores desregulados e barulhentos; empilhadeiras e tratores de grande porte trafegam e operam pelas ruas de um lado para outro, apesar da lei determinar que devam ser removidos sobre caminhões. Betoneiras largam restos de concreto pelas avenidas. Nas chuvas, desce uma lama espessa em direção às águas do Lago Igapó II.
O telefone da SEMA, órgão responsável pela regulamentação das construções não atende à noite; o número de telefone celular do chamado “plantão noturno” obtido a duras penas, tampouco atendeu nossa ligação.
Então, fica aqui desde já um apelo ao novo prefeito Alexandre Kireeff que toma posse no dia 1º de janeiro: faça as construtoras se enquadrarem na lei. Nosso blog lança este alerta: passaremos a denunciar estas e outras irregularidades através do blog “Visual de Londrina”, o blog que motivou a prefeitura a implantar a Lei Cidade Limpa para acabar com a população visual na cidade de Londrina. A força do blog e o sucesso da iniciativa ficaram evidentes. Vamos repetir a dose para denunciar os abusos!
É bom que as construtoras não subestimem o poder de fogo da rede virtual!
1.11.12
Equipamento de utilidade pública
13.12.11
A defesa da paisagem urbana(*)
(*) Editorial do jornal O Estado de São Paulo de 12/122011
Cinco anos depois da entrada em vigor da Lei Cidade Limpa – que livrou a paisagem da capital paulista do uso abusivo de peças publicitárias -, a Prefeitura começa a estudar formas de disciplinar as novas intervenções urbanas para consolidar e ampliar essa conquista. O objetivo é garantir o direito dos paulistanos de aproveitar a paisagem formada por elementos tanto naturais como artificiais – vegetação, serras, monumentos, prédios históricos, etc. Reconhecida internacionalmente como uma eficiente forma de combate à poluição visual, a Lei Cidade Limpa é um exemplo de que determinação política e rigor na fiscalização são essenciais para resolver um problema como esse, que se arrastava e se agravava há décadas.
Foram muitas as tentativas de livrar a cidade dos milhares de outdoors, faixas, cartazes, backlights, frontlights, bonecos infláveis, cavaletes e outras peças de publicidade externa. A lei entrou em vigor com a promessa da Prefeitura de tolerância zero, o que provocou desconfiança de muitos sobre a sua real capacidade de fiscalização e de resistência aos grupos que sempre atuaram como donos da paisagem paulistana. O Executivo municipal, no entanto, além de firme, foi também hábil ao estabelecer etapas para o ordenamento da publicidade externa na capital: primeiro, limpou as ruas e prometeu que, em seguida, realizaria licitação para exploração publicitária do mobiliário urbano.
Em setembro, a Câmara Municipal aprovou lei que permite a exposição de anúncios em 43 mil pontos de São Paulo – totens das paradas de ônibus e plataformas de embarque e desembarque dos terminais e estações de transferência, além de mil relógios de rua. A concessão será pelo período de 30 anos e renderá ao Município R$ 2 bilhões.
Para assegurar o interesse dos grupos publicitários, é importante que a Prefeitura fiscalize e coíba rigorosamente a publicidade clandestina. Para isso, em fevereiro foi criado um grupo dedicado a reforçar a fiscalização em toda a cidade, por meio das 31 subprefeituras.
O resultado tem sido excelente: em dez meses, foram retiradas 574.361 propagandas irregulares das ruas, entre faixas, banners, cartazes e outras peças. O volume é três vezes maior do que o recolhido durante todo o ano passado e seis vezes maior do que o de 2009. Os fiscais aplicaram aproximadamente R$ 50 milhões em multas – em 2010 foram R$ 15,9 milhões.
Agora, a luta pela preservação da paisagem entra em nova fase. Em 2012 será criado um grupo para sugerir padrões de construção capazes de preservar paisagens de valor para a população. A discussão do tema já passou pela Comissão de Proteção à Paisagem Urbana (CPPU).
Em entrevista ao Estado, a arquiteta Pérola Felipette Brocaneli, membro da CPPU, afirmou que a intenção é evitar a obstrução completa da paisagem, como ocorreu com a construção do Shopping Bourbon, na Pompeia, zona oeste da capital. O prédio impede que os moradores do local avistem o Pico do Jaraguá. A comissão também interferiu no licenciamento ambiental do monotrilho em construção na zona leste – a extensão da Linha 2-Verde do Metrô. As vigas que sustentam os trilhos suspensos mudam a paisagem. Por isso, exigiu-se do consórcio o aterramento da fiação elétrica ao redor da obra e a instalação de barreiras acústicas transparentes, além de um corredor verde sob os trilhos.
São Paulo segue, assim, a tendência mundial de proteção da paisagem urbana. Ela vai além dos aspectos culturais, ecológicos, ambientais e sociais, pois tem grande importância econômica para a metrópole – afeta o potencial turístico e o próprio mercado imobiliário. No início de novembro, a cidade recebeuem Nova Yorko Prêmio International Scenic Visionary Award, ocasião em que foi lançado o documentário This Space Available, baseado na experiência da Lei Cidade Limpa. O filme descreve a luta contra a poluição visual nos espaços públicos em todo o mundo.
Essa lei é um sucesso e deve servir de exemplo para cidades de todo o País.
Nota do Visual de Londrina: este editorial do jornal O Estado de São Paulo foi inserido por completo no blog para demonstrar que um projeto de despoluição visual, quando bem executado, só tende a resultar
(Foto: notícias Cabana
14.8.11
Nova paisagem em outdoors

13.8.11
Antes e depois



12.8.11
Fachadas dentro da nova lei

11.8.11
Três andares de poluição a menos
Melhorando as fachadas
Visual mais despoluído
28.7.11
Minando a “Meia Cidade Limpa”
A menos de uma semana (vence dia 2 de agosto) para ser colocada em prática a lei “Cidade Limpa” especificamente direcionada aos outdoors – lei que eu teimo em chamar de Meia Cidade Limpa -, eis que as empresas de publicidade exterior de Londrina vão entrar com um mandado de segurança contra a Prefeitura de Londrina visando aumentar em mais um ano o prazo de adequações à lei.
A mesma proposta também recebe o apoio da Câmara Municipal de Londrina, com um projeto de autoria do vereador José Roque Neto (PTB) solicitando novo prazo para as empresas.
O vice-presidente do Sindicato das Empresas de Publicidade Externa do Paraná (Sepex), Carlos Roberto Cardoso, informou que o mandado de segurança seria impetrado ainda nesta quarta-feira (27). Cardoso comentou que caso o projeto venha a ser aprovado, esta será uma precaução sobre qualquer multa aplicada, pois a infração poderia ser revista pela CMTU.
Segundo o projeto, dos 600 outdoors, Londrina deverá ficar com 250 após o término das adequações.
Destas notícias pode se depreender que:
- o Sepex não está nem aí com a população de Londrina;
- o Sepex só enxerga o próprio umbigo – os ganhos dos seus associados – e ignora peremptoriamente todos os esforços e as conclusões a que chegaram técnicos, especialistas, Câmara de Vereadores e Prefeitura, que são os representantes da população londrinense, visando acabar com a poluição visual da cidade;
- o Sepex não gosta de Londrina.
Nosso blog Visual de Londrina só pode lamentar essa atitude do presidente do Sepex e de todas as pessoas que estão caminhando na contramão dos anseios de uma população de mais de 500.000 habitantes e lamenta reconhecer que, caso o mandado de segurança venha a ser concedido, representará o espelho de um país onde as leis foram criadas para não ser cumpridas, onde não há respeito pelo próximo e onde pequenos grupos impõem seus interesses financeiros em detrimento a toda população.
24.5.11
Londrina de cara nova
15.2.11
Onde a Lei da Cidade Limpa funciona
Segundo a secretaria, a infratora foi notificada e deve apresentar documentação que permita o funcionamento de seu estabelecimento em até cinco dias. Caso não tenha licença de funcionamento, poderá ser multada e ter o estabelecimento lacrado.
Na semana passada, o prefeito Gilberto Kassab criou um grupo especial para intensificar a fiscalização da Lei Cidade Limpa. O grupo é subordinado à Secretaria de Coordenação das Subprefeituras.
Desde 2007, quando entrou em vigência a Lei Cidade Limpa, cerca de 500 mil faixas, cartazes e tabuletas irregulares foram retiradas da cidade. As multas neste período já totalizam cerca de R$ 117 milhões.
25.1.11
Jeitinho brasileiro

Por outro lado, André Nadai, presidente da CMTU, órgão que vai fiscalizar a lei Cidade Limpa acredita que a data para entrada em vigor – 2 de fevereiro – não será prorrogada. "O prazo de seis meses para adequações foi discutido junto com a sociedade, mas os comerciantes deixaram para a última hora. Reitero meu conselho aos estabelecimentos que não conseguiram se adequar a tempo: tirem a fachada para não serem multados", afirma.
A isso se chama “braço de ferro”. Vamos ver quem será mais forte: a CMTU, na aplicação da lei, ou os empresários, no jeitinho brasileiro.
20.1.11
Londrina terá mesmo meia cidade limpa ?
Dia 2 de fevereiro será o primeiro dia em que a nova lei “Meia Cidade Limpa” entrará em vigor.
Quem estiver fora dos padrões estabelecidos pela Prefeitura para painéis em fachadas estará sujeito a multas de R$1.000,00 mais R$100,00 por m2 que exceder o limite de publicidade, estabelecido por lei.
Até dez dias atrás, cerca de 90% das fachadas ainda não tinham sido regularizadas; e basta circular de carro pelas ruas e avenidas, para constatar que a poluição visual causada pelos outdoors ainda é explícita.
Espero ser agradavelmente surpreendido no dia 2 de fevereiro, com uma cidade mais bonita, menos poluída e com o entorno agradável de se ver.
Londrina merece!