7.12.09

O objetivo deste blog

Alguns leitores deste blog aparentemente não compreenderam ainda a sua finalidade – que trata primordialmente do espaço urbano. Ou espaço público, que em última instância é de todos nós.
Supõe-se que existam regras – e neste caso o gestor da cidade é o responsável pela sua aplicação.
O gestor é a Prefeitura. As regras estão determinadas no Código de Posturas do Município, que em Londrina foi aprovado no começo da década de 1990.
O problema é que o espaço urbano, ou espaço público, ou ainda o nosso espaço, está sendo agredido por anunciantes que deixam de respeitar os limites do bom senso e da lei. O que significa que o gestor não está cumprindo a sua parte.
Quando nós começamos a perder a visão do verde, do céu, do belo e do estético para centenas e centenas de painéis e luminosos colocados desordenadamente em nosso redor; quando percebemos que a comunicação se transforma em desarranjo; quando a comunicação publicitária se sobrepõe à comunicação informativa – sinaleiros, placas e segurança do trânsito; quando, enfim, o entorno passa a ser um incômodo para a população, é porque alguma coisa está profundamente errada neste contexto.
O blog Visual de Londrina tem mostrado estes aspectos negativos da comunicação exterior na cidade de Londrina. Aqui não se trata da crítica apenas pela crítica. Trata-se de interpretar um sentimento coletivo. Pois se assim não fosse, o prefeito não teria encaminhado seu projeto “Cidade Limpa” à Câmara Municipal; nem esta teria promovido uma audiência pública para discussão ampla do problema.
O blog também vem tratando da qualidade de criação da publicidade exterior. Seria por acaso que uma crítica que fizéramos ao outdoor da Matsuri – Festa da Primavera – em 2008, tenha resultado em uma bela peça publicitária em 2009?
Mostramos outdoors e comunicação exterior de boa e de má qualidade, fachadas confusas ou bem elaboradas, criações fracas, mas também de categoria.
Abrimos espaço para comentários e críticas, construtivas ou não.
Vários estudantes de comunicação têm se valido dos nossos textos e fotografias para trabalhos a respeito da comunicação exterior, o que muito nos honra.
O mais importante é que o blog Visual de Londrina, que teve um início despretensioso, acabou abrindo caminho para discussões muito mais amplas da nossa comunidade em torno do tema. Mesmo contrariando alguns interesses.

JEB

6.11.09

Poluição visual: comentários dizem tudo

Comentários que foram encaminhados a esse blog retratam o sentimento dos londrinenses, que não aguentam mais a poluição visual causada pelas empresas de outdoor em Londrina :

...Londrina não suporta mais, daqui a pouco tem gente morando nos quadros de outdoor, aí vão dizer que é de utilidade publica e social...

... acho que Londrina (e nós, os moradores) ficamos, sim, muito prejudicados com essa 'lambança' de cartazes, faixas, outdoors, muros pixados e etc...

...essa sujeira visual estampada nas fotos é impressionante...

... é duro ter que demonstrar o óbvio: o espaço público é de todos, portanto não deve ser de ninguém em particular. Calçadas são para andar sobre elas, muros são para murar e devem ser pintados de cores neutras e discretas, e por fim, a paisagem é para ser olhada, admirada, e não 'escondida' sob essa infinidade de propagandas...

...também gostaria de voltar a Londrina e encontrar uma cidade limpa, livre da poluição visual...

...essa poluição visual em Londrina não é somente um desrespeito à lei. É também um desrespeito à beleza, à ordem, harmonia e ao bom senso. Um desrespeito à vida, já que leva a acidentes. Um desrespeito ao cidadão...

...portanto, a padronização da mídia externa deve ser normatizada como um todo. Se o trabalho for realizado que o façam por completo e Londrina ganhe novos ares...

...vá a barragem do lago Igapó e veja o absurdo bem ao lado...

...uma cidade tão bonita, com um povo tão amigo, merece um visual melhor!...

...faz um ranger absurdo de alto quando vira as placas. Passo constantemente por lá de noite, que é quando se percebe esse ranger bem alto e claro...

... Londrina precisa pensar nas pessoas urgentemente...

...to dentro, trabalho com publicidade e tenho de concordar, a cidade está thrash...

...moro em Londrina, amo a cidade de coração, apesar de ser curitibano de nascimento. Entretanto, gostaria de expressar meu sentimento de indignação em relação ao abandono que vive a cidade...

...e me senti bastante reconfortada por não ser a única triste e insatisfeita com a poluição visual crescente em Londrina...

...por mim, acabava com essa história de outdoors, acho deprimente uma cidade tão poluída de penduricalhos...

5.11.09

Visual de Londrina na ONU VERDE

O blog Visual de Londrina tem fotos publicadas no site ONU VERDE, mostrando o trabalho que está sendo divulgado a respeito da poluição visual na cidade.

2.11.09

Faca e queijo nas mãos!

Tive a oportunidade de conversar há alguns dias com o prefeito Barbosa Neto sobre seu projeto Cidade Limpa – que ele considera da mais alta importância para Londrina.

Tomei a liberdade de dizer-lhe que ele perdeu uma excelente oportunidade de reduzir a poluição visual na cidade de Londrina, ao deixar de utilizar as ferramentas de que já dispõe, aprovadas inclusive pela Câmara dos Vereadores – há muito e muito tempo.

Como é de praxe, Londrina possui um Código de Posturas do Município – são as diretrizes para o executivo legislar a cidade.

Veja alguns tópicos do Código de Posturas, que permitem ao prefeito administrar a publicidade exterior da cidade:


CAPÍTULO IX - DA PUBLICIDADE EM GERAL

Art. 186.
A exploração dos meios de publicidade no Estádio do Café, nas vias e nos logradouros públicos, bem como nos acessos comuns, ou colocados em terrenos ou próprios de privado (sic), mas visíveis dos lugares públicos, depende de licença da Prefeitura, sujeitando-se o contribuinte ao pagamento da taxa respectiva.

§ 1º. Incluem-se na obrigatoriedade deste artigo os cartazes, letreiros, propaganda, boletins, panfletos, quadros, painéis, emblemas, placas, avisos, anúncios e mostruários, luminosos ou não, feitos por qualquer modo, processo ou engenho, suspensos, distribuídos, afixados ou pintados em muros, paredes, tapumes e veículos.

§ 2º. A taxa de publicidade de que trata este capítulo será cobrado (sic) por metro quadrado, além da taxa de ocupação de solo, em se tratando de áreas públicas.

Art. 188.
Não será permitida a publicidade quando:

II. de alguma forma prejudique os aspectos paisagísticos da cidade, seus panoramas naturais, monumentos típicos, históricos e tradicionais e, ainda, em frente a praças, parques e jardins públicos;

VI. pelo seu número ou má distribuição, prejudique os aspectos das fachadas, ou visibilidade dos prédios (sic);

Parágrafo único.
Não será permitida a colocação ou inscrição de anúncios ou cartazes:

II. quando pintados ou colocados diretamente sobre os muros, fachadas, grades, monumentos, postes e nos parques e jardins públicos;

Art. 199.
Na infração de qualquer artigo deste capítulo, será imposta a multa correspondente ao valor de uma a trinta vezes a Unidade Fiscal de Londrina - UFL.

Portanto, qualquer cidadão poderia entrar com uma representação no Ministério Público exigindo da Prefeitura a comprovação dos pagamentos (pelas empresas de publicidade exterior e de seus anunciantes) das licenças das centenas e centenas de outdoors, front-lights, luminosos, placas, enfim de toda publicidade e comunicação exterior da cidade – exatamente como consta do Código de Posturas, para se cerrtificar de que o Código esteja sendo cumprido.


A falta das licenças e a colocação de publicidade em locais irregulares (de frente para parques públicos, jardins, praças, assim como a pintura em muros e os outdoors fixados em muros) implicariam na imediata cobrança de multas e, principalmente, na retirada do material irregular.

Simples assim!

O projeto Cidade Limpa do prefeito, a audiência pública na Câmara dos Vereadores e toda discussão em torno do projeto nem precisariam ter sido promovidos.

O prefeito tem a faca e o queijo nas suas mãos!

28.10.09

Publicitário anti-publicidade exterior?

Muita gente tem estranhado minha posição a favor do Projeto Cidade Limpa, apresentado pelo prefeito de Londrina à Câmara Municipal.
Realmente parece ser uma posição bastante conflitante e até desconfortável. Pois publicitários como eu vivem de criações e do agenciamento de tempo e espaços (como rádios, tevê, jornais, revistas, portais da internet e outdoors, entre outros).
Mas publicitários também vivem no lar, no escritório, nas ruas, nos parques, nos jardins e no meio ambiente.
Queremos nosso lar, nossos objetos de estimação, nossa decoração bem arrumadinhos, limpos, bonitos.
Queremos nosso escritório com móveis e equipamentos confortáveis, atraentes, funcionais.
Queremos as nossas ruas, os parques, os jardins e o meio ambiente do nosso entorno nos proporcionando bem estar, prazer, beleza visual.
Infelizmente não é isso que está ocorrendo em Londrina.
Este blog tem documentado e registrado fotograficamente o avanço da poluição visual causada pelo número indiscriminado e descontrolado de outdoors, front-lights, luminosos, painéis e programações visuais de fachadas, lojas e consultórios.

Uma poluição visual de tal monta, que me fez despir da roupagem de publicitário e me inserir no contexto do cidadão que simplesmente reside nesta cidade.
Como publicitário, sou capaz de buscar criatividade suficiente para substituir a publicidade exterior por outras formas de comunicação – e com certeza continuar a divulgar a imagem e os produtos dos meus clientes com ótimos resultados.
Como cidadão, tenho o direito de exigir um basta a essa poluição visual desenfreada, que agride nossos olhos, nosso orgulho e nossa consciência.
Publicitário, sim. Poluidor, nunca!

24.10.09

Outdoors, espaço urbano e ética

Na audiência pública realizada em 21 de outubro promovida pela Câmara Municipal de Londrina, tive a oportunidade de perguntar ao presidente do Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Paraná, Romerson Faco, do por quê as empresas de outdoor de Londrina terem infestado a cidade, causando uma poluição visual desenfreada, mesmo após tantas cartas de leitores publicadas pelos jornais, reportagens em todos os veículos de comunicação e reclamos da sociedade.
O presidente do Sindicato culpou as administrações anteriores por jamais terem regularizado o setor na cidade de Londrina, deixando aberta a possibilidade infinita de montar outdoors, painéis, luminosos e outras peças de comunicação visual sem o mínimo controle.
Pensei bastante a respeito da resposta de Romerson Faco. E chego à conclusão de que na verdade o que acontece em Londrina é uma absoluta falta de ética das empresas de outdoor, que não respeitam o espaço urbano, não respeitam os anseios da população e ultrapassam todos os limites do bom senso, pensando apenas nos seus faturamentos, nos seus ganhos.
Ética, respeito e cidadania não precisam de leis nem de regulamentações. São fatores intrínsecos a cada um de nós, cidadãos, independentemente das nossas atividades profissionais, sejamos publicitários (minha área de atuação), médicos, engenheiros, administradores, professores, políticos, etc.
Há regras básicas para vivermos em sociedade: o direito de um termina onde começa o direito de outrem. O espaço público pertence a todos nós – e somos responsáveis por mantê-lo íntegro. Somos os guardiões do nosso entorno.
A posição das empresas de outdoor, representadas por Romerson Faco é o lamentável reflexo de um grupo social eivado de pensamentos tortos, egocêntricos e absolutamente antipedagógicos. Sinal dos tempos.
O que Romerson Faco e os outros responsáveis pela poluição visual de Londrina responderão aos filhos quando o tema for abordado em suas salas de aula? “- Sim, filhinho, com muito orgulho, papai é um dos responsáveis por esse caos urbano”!?

23.10.09

Chantagem emocional

Por Guilherme Henrique Costa

Estive na audiência pública da Câmara para debater o projeto Cidade Limpa. Como não represento o “desenvolvimento econômico” do setor de propaganda e publicidade – como foi dito lá – eu, que não sou trabalhador braçal assalariado das “criativas” empresas de outdoors, me senti envergonhado como morador comum de Londrina. Não consegui fazer uma única pergunta para defender a despoluição porque a pressão das empresas na audiência foi muito maior do que a vontade dos cidadãos livres de quererem viver numa cidade visualmente confortável.
Foi visível o clima de mal-estar que a pressão gerou – cheguei a me sentir constrangido por me ofender com a poluição visual. Aliás, o presidente do sindicato dos donos das empresas de publicidade abriu a própria fala dizendo que poluição visual não causa nenhum mal. Só faltou dizer que deveríamos condecorar as empresas de outdoor!
Pelo visto, massa de manobra e claque não são mais exclusividade do meio político londrinense – tornaram-se “ferramentas” também muito bem usadas pelo poder econômico. Nunca imaginei que o setor tratasse o assunto com tanta arrogância como o fez na audiência pública! Um ultraje!

Tomamos a liberdade de reproduzir a carta acima publicada em 23/10/09 no Jornal de Londrina, pelo grau de importância do seu conteúdo e pelo direito de liberdade de expressão dos cidadãos londrinenses.

Males da Poluição Visual

Há que se dar ênfase ao combate à poluição visual, uma das grandes responsáveis pelo stress que afeta aos cidadãos.
Mas afinal, quais são os males causados pela poluição visual?
Viver em cidades pode ser muito estressante. Compromissos e horários para serem cumpridos, além do trânsito e das distâncias a serem percorridas para se locomover. As pessoas têm cada vez menos tempo para o lazer, muitas vezes deixado de lado, não por opção, mas por necessidade.
Nos nossos trajetos, temos de procurar o semáforo ou a placa de trânsito que estão embaralhados entre centenas de painéis, luminosos, outdoors e informações que demandam certo tempo para serem processadas em nossa mente e nem sempre são captadas. Juntemos ainda as imagens dos cartazes, dos postes inundados de faixas e cartazetes, a sujeira nas ruas.... mesmo contra nossa vontade é muito fácil ficarmos confusos, nervosos e desatentos, abrindo o caminho para o stress. Há ainda que se considerar que existem pessoas mais suscetíveis à poluição visual do que outras.
Segundo os especialistas, o stress pode nos deixar fisicamente mais vulneráveis, causar dores de cabeça, cansaço constante e, em alguns casos, até baixar nossa resistência física, abrindo caminho para doenças que afetem o corpo.
Dessa forma, torna-se fácil entender porque foi implantado o programa Cidade Limpa em São Paulo, impedindo que a poluição visual continuasse a se alastrar pela cidade e resgatando a paisagem natural que há tempos praticamente extinguira-se na cidade.

Imagem: activerelease.ca

22.10.09

Poluição Visual: a caminho da solução?

Noite de 21 de outubro.
Audiência Pública sobre a “Poluição Visual de Londrina”, convocada pela Câmara Municipal de Londrina.
Auditório bem representativo.
Ótimos debates abordaram o problema da comunicação exterior na cidade.
Houve oportunidade para a manifestação do Executivo, com o tema introduzido pelo prefeito Barbosa Neto e defendido pela arquiteta Regina Monteiro, de São Paulo, onde é a coordenadora do Projeto Cidade Limpa.
As empresas de outdoor foram também muito bem representadas pelo presidente do SEPEX PR, (Sindicato das Empresas de Publicidade Externa do Estado do Paraná), Romerson Faco.
A ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina) se fez presente com o seu presidente Marcelo Cassa.
Como resultado das discussões, foram apresentadas algumas emendas substitutivas ao projeto original do Executivo (que previa a eliminação de toda publicidade exterior), emendas que deverão ser discutidas pelos vereadores de Londrina.
Restou a impressão de que todos os presentes à audiência, sem exceção, concordaram que há excessos e absurdos na poluição visual na cidade – tema que nosso blog vem abordando há tanto tempo – e que existe um sopro de esperança no ar para tornar Londrina novamente mais bonita e menos poluída visualmente.

Espero que o atual 'tsunami' de poluição desenfreada desapareça rapidamente de nossas vistas!

21.10.09

Cuidado: luminoso danificado

Dentre o horroroso emaranhado de outdoors, destaca-se um front-light que aparentemente desprendeu-se da estrutura e pode cair a qualquer momento. Local: Rua João Wyclif, próximo ao Lago Igapó II.

19.10.09

Perigo: desabamento de estruturas


Flagrantes do desabamento de estruturas de outdoors ocorridos em 18/10/2009. "- Foi muita chuva e ventos", dirão os responsáveis. Mas a verdade é que os londrinenses estão à mercê da competência ou incompetência das empresas de outdoor, que deveriam prever estruturas fortes, à prova de quedas e se preocupar com a vida dos transeuntes que podem ser atingidos a qualquer momento. Vendo essas fotos, você confia nestas estruturas?

16.10.09

Agressão aos londrinenses

Impressionante: basta trafegar pelas principais avenidas de Londrina para se constatar o indiscriminado e geométrico avanço da poluição visual provocada pelas empresas de outdoor, que são as locadoras comerciais do espaço urbano.

Estranha-se esse avanço, que ocorre exatamente no momento em que o prefeito Barbosa Neto aguarda sua proposta de “Cidade Limpa” ser votada na Câmara dos Vereadores.

Para um bom entendedor, a proposta do prefeito reflete a saturação dos londrinenses, que já não aguentam mais a feiúra, poluição e o mal-estar provocados pelos incontáveis outdoors, front-lights, painéis, faixas, cartazes, banners, luminosos e outras invencionices espalhadas por todos os cantos da cidade. Para um bom entendedor, as empresas de outdoor estão partindo para uma confrontação, não só ao prefeito, mas a toda população.

Em entrevista publicada em junho último no Jornal da ACIL - Associação Comercial e Industrial de Londrina -, a presidente da APP (Associação dos Profissionais de Propaganda de Londrina), Cláudia Romariz, mostrou-se “preocupada” com o possível desemprego dos funcionários do setor de publicidade exterior. Entretanto, neste momento em que a cidade vem sendo agredida, loteada, poluída e enfeada pela exacerbada poluição visual, ela não se manifesta, nem tampouco mostra um único pinguinho de preocupação em relação aos moradores de Londrina.

As fotos que venho publicando no blog são apenas uma ínfima amostra da agressão que as empresas de outdoor vêm causando à cidade. Há necessidade, sim, de se normatizar a publicidade exterior, não só dos outdoors, mas também das fachadas de lojas e empresas comerciais. E volto a repetir: a prefeitura nem precisaria submeter um projeto de lei à Câmara, pois o próprio Código de Posturas do Município já autoriza toda e qualquer ação para regulamentação, fiscalização, localização, eliminação e formatação da publicidade exterior. Bastaria cancelar ou nem conceder as licenças para sua instalação e o projeto “Cidade Limpa” estaria rapidamente implantado.

Amostra de fachadas comerciais

Esta é só uma amostra da falta de regulamentação da comunicação exterior para lojas, escritórios, consultórios e comércio em geral. Não há padrão, não há dimensões mínimas, não há critérios e, principalmente, falta o bom gosto para atrair a atenção. Londrina está repleta de exemplos iguais a esse.

14.10.09

Poluição visual, cada vez mais e mais


Enquanto a lei Cidade Limpa não é votada pela Câmara dos Vereadores, a cidade de Londrina vem sendo entulhada de outdoors, tanto nas avenidas abertas mais recentemente, como naquelas mais tradicionais. A primeira foto mostra a Av. Ayrton Senna (note o painel para locação chamando algum anunciante incauto), e a segunda é trecho da Av. Madre Leônia, com o já tradicional e estapafúrdio trenzinho de outdoors - uma forma vil de agredir a paisagem londrinense.
Quando - e se - a lei Cidade Limpa for votada e caso a votação resulte em eliminação total dos outdoors, como foi feito em São Paulo, as empresas de outdoor voltarão a choramingar, espernear e apelar para a opinião pública, esquecendo-se de que foram elas as únicas culpadas por levar Londrina a esse caos urbano de comunicação visual. Uma agressão à cidadania!

Assassinato visual

Parece demoníaco com a cidade de Londrina - e é!
Esse triste visual está instalado na rotatória da Av. Higienópolis com Madre Leônia, um dos pontos nobres da cidade.
Não bastassem os oudoors instalados, há um deles desmontado (ou destruído) e mais dois painéis vagos aguardando anunciantes (veja as flechas).
E o mais triste: o verde das árvores está totalmente escondido. Por sinal, nenhuma entidade ligada ao verde, ao corte de árvores ou à preservação do meio ambiente se manifestou publicamente.
É por essa e por outras que os londrinenses se sentem desrespeitados pela ganância das empresas de outdoor, que pouco se importam com a cidade e só enxergam os seus próprios umbigos - ou melhor dito, suas carteiras de dinheiro.

Vem mais poluição por aí

A foto registra a estrutura de um front-light montado na Av. Madre Leônia, ainda sem anunciante, enfeiando Londrina. Com a inundação de outdoors e front-lights, a paisagem vai desaparecendo - assim como a estética visual da cidade.

Empresas de outdoor detonam Londrina

Como se não bastassem os outdoors já instalados, além da horrivel pintura no muro, faz algumas semanas que a empresa de outdoor aguarda um "freguês" para preencher o terceiro andar da poluição, montado há pouco tempo. Isso bem na época em que o projeto "Cidade Limpa" aguarda votação na Câmara dos Vereadores.

20.8.09

Tendência universal

Outdoor "vendendo" a imagem das facilidades de estacionar com um mini-carro nos grandes centros urbanos. A dificuldade com o estacionamento empurra as tendências para o modismo dos carros compactos.

12.8.09

Será que agora vai?

O prefeito de Londrina, Barbosa Neto, foi recebido dia 12/08 pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, na capital paulista. A visita rendeu um acordo de cooperação técnica para a implantação do programa Cidade Limpa em Londrina.
“Conhecemos a positiva experiência de São Paulo nesta área. Foi uma mudança radical. A cidade ganhou novos ares. Está bonita, limpa. É isto que queremos implantar aqui e por isso conhecemos o prefeito e sua equipe, que já se colocaram a disposição para ajudar Londrina”, afirmou Barbosa Neto. Com a aprovação da Lei Cidade Limpa na capital paulista, mais de 15 mil outdoors foram retirados das praças e ruas, alem de outros tipos de poluição visual. Em Londrina, o projeto encaminhado que prevê a retirada de todo tipo de poluição visual e adequação de fachada pelo prefeito Barbosa Neto tramita na Câmara de Vereadores e deve ser apreciado neste semestre.
O prefeito também cumpriu agenda na cidade de São Paulo com o secretário de Relações de Emprego e Trabalho do Governo do Estado de São Paulo, Guilherme Afif Domingos. “Conhecemos novas tecnologias e trocamos experiências na geração de empregos”, declarou Barbosa.


(Notícia publicada no site da Prefeitura de Londrina)

9.7.09

Entrevista no Jornal da ACIL

Entrevista concedida à jornalista Érika Pelegrino e publicada no Jornal da ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina), edição de junho 2009:

Quais os pricipais problemas que o senhor identifica hoje em Londrina, quanto à disposição de anúncios publicitários? O que é mais grave hoje neste quesito?

Nota-se que houve até hoje total ausência do poder público (no caso a Prefeitura) que deveria legislar sobre o ordenamento da comunicação exterior. Toda ação provoca uma reação contrária. As empresas de outdoor passaram de muito os limites do razoável no uso do espaço público e privado e as pessoas passaram a se incomodar com o excesso de painéis, faixas, tótens, front-lights, etc. E quando falo de excesso, bote excesso nisso: não conheço nenhuma cidade onde se vê essa incômoda, primitiva e absurda poluição visual.

O senhor tem informações sobre quantos anuncios publicitários a cidade tem? E na sua avaliação para termos condições menos agressivas de poluição visual, quantos anuncios deveríamos ter, no máximo?

Só posso me ater às informações citadas pelas empresas de outdoor e publicadas há cerca de oito meses: cerca de 600 painéis e 60 front-lights. Creio que politicamente eles foram muito comedidos nesse número. Podemos considerar que o número é bem maior, principalmente de painéis. E nem falo dos horrorosos muros pintados que se espalham pela cidade, contendo os chamados "reclames" da idade da pedra.

Na sua avaliação o problema maior é a quantidade de anúncios, o tamanho destes ou os locais onde instalados; ou ainda todos estes quesitos?

O problema é todo o conjunto de situações contido na sua pergunta. Se a Prefeitura não adotar o conceito de "Cidade Limpa", acabando de vez com todos os outdoors, o que embelezaria nossa cidade de Londrina, deveria ser adotada uma normatização similar à de Curitiba: selecionar as ruas e avenidas onde haveria outdoors, padronizar um tamanho único, impor condições para manter espaços entre cada painel (tipo um painel e dois espaços, um painel e dois espaços), padronizar as estruturas para garantir maior segurança, impor uma metragem obrigatória de afastamento das ruas, coibir painéis onde há interferência na visão dos motoristas, proibir outdoors em muros, acabar com os front-lights que tanto incomodam moradores de prédios, proibir pinturas em muros e principalmente criar uma nova legislação para a comunicação exterior na fachada das empresas. Esse é um aspecto tão importante como o dos outdoors.


Quanto aos locais, quais representam maior problema?

Hoje, a saturação de outdoors é visível nas principais avenidas por onde trafegamos: Madre Leônia, João Wycliff, Higienópolis, Maringá, Airton Senna, trechos da Santos Dumont, Tiradentes, junto ao viaduto do Shopping Catuai, e certamente em outras tantas avenidas onde passo raramente. São as avenidas onde se presume que a chamada "sociedade consumista" mais utiliza para ir de casa ao escritório, levar os filhos à escola, aos cursos complementares, às compras, aos programas, etc.


Os ataques que já existem ao projeto de lei protocolado na Câmara, na quarta-feira, vêm de empresas de publicidade e dos anunciantes. O senhor tem sugestões para driblar possíveis problemas de desemprego nas empresas que fabricam estes anuncios e para os anunciantes?

Tenho sugerido no meu blog que essas empresas desde já exerçam sua criatividade e imaginem que realmente será aqui implantada a "Cidade Limpa". Neste caso, o que fazer? Dentre as sugestões, criem empresas de restauro de fachadas, estudem novas técnicas de comunicação (em São Paulo há exemplos brilhantes a respeito), invistam em execução de vitrines (uma bela vitrine é mais chamativa do que os outdoors), façam acordos com a Infraero e a Rodoviária para utilização criativa dos espaços internos de lá, aproveitem o grande número de eventos da cidade, estabeleçam parcerias com a Prefeitura para oferecer abrigos nas paradas de ônibus que contenham um discreto patrocínio, etc. Em caso de dúvidas, chamem profissionais de comunicação competentes. Essas empresas abusaram da liberdade que lhes foi concedida por falta de fiscalização atuante e agora não têm o direito de chorar e apelar emocionalmente para o desemprego dos seus funcionários. Em São Paulo, o prefeito foi irredutível e lá não eram apenas 200 ou 250 empregados: havia milhares. E foi dado um jeito de reempregá-los.
Quanto ao aspecto "Anunciantes", eu não compreendo como é que a maioria deles aceita participar desta fileira de outdoors, que chamo de vagões de trem espalhados ao longo das avenidas. Não compreendo como aceitam outdoors que estão mais para anúncios classificados, com exageros nos textos e fotos, desvirtuando completamente os objetivos de um outdoor: leitura rápida, lembrança da marca, apoio a uma campanha global.
Muitos dos outdoors não devem ter sido criados por profissionais de comunicação - ou se foram, eles obedeceram cegamente aos desejos do anunciante. Incluíram histórico, produto, texto, nome do dono da empresa, foto da esposa, foto do filho, foto do cachorro, etc. Óbvio que dramatizei aqui, mas no meu blog há exemplos de outdoors horrorosos e ineficientes. Mais da metade dos outdoors representa dinheiro jogado fora pelos anunciantes.


Por fim, como o senhor avalia a iniciativa do prefeito?

Não conheço o prefeito Barbosa Neto pessoalmente. Mas reconheço que, já para início de gestão, ele está agindo com pulso firme. Interesses de poucos devem ser abolidos em favor das necessidades da maioria. E a maioria nesse caso é a população de Londrina, que vem se queixando dos abusos da poluição visual. Essa agressão reconhecidamente nos faz ficar deprimidos, nos envergonha como cidadãos e mostra o descaso da administração anterior. Cartas publicadas nos jornais e inúmeros comentários que chegam ao meu blog "Visual de Londrina" apontam que o prefeito está no caminho certo. Felizmente.

25.6.09

Reportagem na RPC

11.6.09

A Prefeitura não precisa de aprovação da Câmara

Muito estranha a notícia publicada hoje no Jornal de Londrina, na qual o prefeito Barbosa Neto vai enviar seu projeto de "Despoluição Visual" para aprovação na Câmara dos Vereadores.
Juridicamente, o Código de Postura do Município mostra ser única e exclusivamente responsabilidade do Executivo a Publicidade em Geral na cidade.

Veja este CAPÍTULO IX DA PUBLICIDADE EM GERAL Art. 186:

A exploração dos meios de publicidade no Estádio do Café, nas vias e nos logradouros públicos, bem como nos acessos comuns, ou colocados em terrenos ou próprios de privado (sic), mas visíveis dos lugares públicos, depende de licença da Prefeitura, sujeitando-se o contribuinte ao pagamento da taxa respectiva.

§ 1º. Incluem-se na obrigatoriedade deste artigo os cartazes, letreiros, propaganda, boletins, panfletos, quadros, painéis, emblemas, placas, avisos, anúncios e mostruários, luminosos ou não, feitos por qualquer modo, processo ou engenho, suspensos, distribuídos, afixados ou pintados em muros, paredes, tapumes e veículos.

Em outras palavras: toda publicidade exterior (outdoors, front-lights, faixas, pinturas, etc.) depende de licença da Prefeitura. Basta a Prefeitura cassar as licenças e o problema estará resolvido. Há seis meses pela frente para que a cidade acorde absolutamente limpa!

7.6.09

Editorial do Jornal de Londrina, 07/junho

Bom Dia
Cidade Limpa


Há pouco mais de um ano, em 9 de março de 2008, o JL publicou reportagem revelando que a falta de legislação específica agravara a poluição visual de Londrina. Profissionais do setor estimavam na cidade cerca de 600 outdoors (tamanho 9x6 metros) e 60 front-lights – painéis luminosos. “Vista do alto, a cidade é linda (...) Mas, ao caminhar pelo centro, mal se vê o céu. Há um excesso de painéis, como se fossem vagões de um trem, que escondem a vegetação e a arquitetura”, lamentou à época o publicitário Júlio Bahr.


Por isso, o anúncio do programa Cidade Limpa pelo prefeito Barbosa Neto (PDT), na última semana, traz a expectativa de que o problema finalmente será enfrentado de forma corajosa – como, aliás, ocorreu em São Paulo, uma megalópole com mais de 10 milhões de habitantes. Lá, a resistência foi colossal, o que não inibiu a disposição do prefeito Gilberto Kassab (DEM) em implantar o programa. O resultado todos conhecem: mudou para melhor a cara de São Paulo.


Obviamente, profissionais do setor, como a Associação dos Profissionais de Propaganda (APP), deverão ser ouvidos, para que a dose do remédio seja adequada às necessidades de Londrina. E menos impacto econômico ocorra. Abrir o diálogo com a sociedade, no entanto, não reduz o acerto da decisão política. Afinal, problemas existem para serem atacados; e a fieira de desculpas dos últimos anos já esgotou a paciência dos londrinenses.

5.6.09

Nosso "Visual de Londrina" acertou na mosca!

Uma excelente notícia para a maioria dos londrinenses: o prefeito Barbosa Neto, segundo afirmou ontem, dia 04/06, está propondo para Londrina uma lei inspirada na "Cidade Limpa" de São Paulo.
Deverão ser eliminados todos os outdoors e pinturas das ruas, proibidas faixas, luminosos, tótens e outras formas de poluição visual, além de regulamentadas as formas de comunicações exteriores na frente de lojas e empresas.
Essa decisão veio exatamente de encontro à nossa pregação de tanto tempo neste blog e prova que absolutamente tudo que aqui foi escrito, desenvolvido, exposto e criticado, estava retratando a realidade da cidade e o sentimento da maioria da população.
Segundo o prefeito, a nova lei a ser publicada deverá ser cumprida a partir de 2010.

A posição da APP e das empresas de outdoors

Curiosamente, a APP, através da sua presidente Cláudia Romariz, à qual muito respeito, imediatamente divulgou sua discordância quanto à nova lei, pois esta provocaria o desemprego de cerca de 200 funcionários do setor.
É estranha a posição da APP, que desde as diretorias anteriores jamais externou sua opinião neste blog, que sempre esteve aberto a comentários, críticas e opiniões. Em outras palavras, a APP sempre fechou os olhos à poluição visual da cidade de Londrina, colocando o interesse das três ou quatro principais empresas de oudoor aqui existentes - e seus 200 funcionários - acima do sentimento de repúdio da população, que através deste blog, dos jornais, da televisão e do rádio, já vinha criticando os excessos provocados pela falta de sensibilidade dos proprietários daquelas empresas, bem como a participação dos anunciantes, colaborando para agredir o meio ambiente.
A APP deveria se informar em São Paulo como foi resolvida a situação de milhares (e não apenas de 200) funcionários que trabalhavam no setor.
A criatividade, a busca de inovações, novas formas de comunicações e inteligência foram os fatores que possibilitarem a continuidade do funcionamento de várias empresas de outdoor de lá, com o aproveitamento de grande parte dos funcionários.
A APP, ciente do problema, deveria ter exposta sua preocupação antes da declaração do prefeito, o que teria evitado esse "pseudo-susto" à decisão do prefeito.
Parabéns ao Barbosa Neto!

Uma sugestão aos anunciantes

Se os anunciantes acreditam que os outdoors são sua única técnica de comunicação, tentem implantar técnicas de decorações de vitrines, anúncios de jornais, comerciais de tevê, parcerias em eventos, patrocínios, assessoria de imprensa, internet, enfim, toda a gama de ferramentas e possibilidades mais amplas de divulgação. De preferência, sem poluir o meio ambiente. Consultem Profissionais com " P" maiúsculo!
JEB

20.5.09

B. H., mais uma cidade limpa

O jornal matinal da Rede Globo mostrou o novo visual da cidade de Belo Horizonte - mais uma cidade que adotou o Programa Cidade Limpa.
As pessoas entrevistadas declararam-se maravilhadas ao se depararem, talvez pela primeira vez, com as fachadas dos velhos edifícios, muitos deles históricos e tombados pelo Patrimônio Público.
A visão da cidade é outra. Foram-se os painéis, outdoors, faixas, banners e toda poluição visual que enfeiava a cidade.
Vamos torcer para que o prefeito de Londrina, que assumiu recentemente, reconheça as irregularidades que estão à nossa vista aqui em Londrina.

25.3.09

“Reclames” nos muros

O Jornal de Londrina publicou nesta semana uma reportagem e um editorial sobre a poluição visual causada pela pintura de propagandas nos muros de Londrina, informando até o custo de cada pintura, na verdade uma merreca, pois os pintores são “quebra-galhos” e não profissionais.
Nosso blog Visual de Londrina vem chamando a atenção para o problema desde os primeiros artigos e fotos aqui publicadas. Denominei essa poluição selvagem de “Padrão Londrina de Comunicação Exterior”.
Parece que o Jornal de Londrina só descobriu o fato agora, apesar de manter seus jornalistas e repórteres em campo nas ruas e avenidas da cidade todo o tempo.
Nosso blog já provocou entrevistas na Rádio Universidade FM, na TV Massa, reportagens, matérias e cartas na Folha de Londrina, uma conversa com o ex-prefeito do PT e, mais recentemente, um e-mail ao novo e temporário prefeito.
Resultados? Nota zero. Nada aconteceu.
A publicidade exterior de Londrina parece ser um vespeiro, ninguém quer colocar a mão e tratar do problema como deve.
Vamos esperar o resultado do 3º turno e recomeçar a nossa batalha. Quem sabe, o futuro eleito nos dará ouvidos.
Julio Bahr

11.1.09

Londrina precisa abrir os olhos

A foto acima é de Ciudad del Leste, Paraguai, que fui conhecer nesse final de ano.
Quem conhece em São Paulo as favelas de Paraisópolis e Heliópolis, sabe que elas são muito melhor cuidadas e limpas do que a cidade paraguaia.
Veja só o nível de poluição que tomou conta da “central de contrabando” daquele país.
Agora, atenção: se Londrina não organizar sua comunicação visual exterior, corremos o sério risco de nos transformarmos futuramente numa réplica de Ciudad del Leste.