28.10.09

Publicitário anti-publicidade exterior?

Muita gente tem estranhado minha posição a favor do Projeto Cidade Limpa, apresentado pelo prefeito de Londrina à Câmara Municipal.
Realmente parece ser uma posição bastante conflitante e até desconfortável. Pois publicitários como eu vivem de criações e do agenciamento de tempo e espaços (como rádios, tevê, jornais, revistas, portais da internet e outdoors, entre outros).
Mas publicitários também vivem no lar, no escritório, nas ruas, nos parques, nos jardins e no meio ambiente.
Queremos nosso lar, nossos objetos de estimação, nossa decoração bem arrumadinhos, limpos, bonitos.
Queremos nosso escritório com móveis e equipamentos confortáveis, atraentes, funcionais.
Queremos as nossas ruas, os parques, os jardins e o meio ambiente do nosso entorno nos proporcionando bem estar, prazer, beleza visual.
Infelizmente não é isso que está ocorrendo em Londrina.
Este blog tem documentado e registrado fotograficamente o avanço da poluição visual causada pelo número indiscriminado e descontrolado de outdoors, front-lights, luminosos, painéis e programações visuais de fachadas, lojas e consultórios.

Uma poluição visual de tal monta, que me fez despir da roupagem de publicitário e me inserir no contexto do cidadão que simplesmente reside nesta cidade.
Como publicitário, sou capaz de buscar criatividade suficiente para substituir a publicidade exterior por outras formas de comunicação – e com certeza continuar a divulgar a imagem e os produtos dos meus clientes com ótimos resultados.
Como cidadão, tenho o direito de exigir um basta a essa poluição visual desenfreada, que agride nossos olhos, nosso orgulho e nossa consciência.
Publicitário, sim. Poluidor, nunca!

24.10.09

Outdoors, espaço urbano e ética

Na audiência pública realizada em 21 de outubro promovida pela Câmara Municipal de Londrina, tive a oportunidade de perguntar ao presidente do Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Paraná, Romerson Faco, do por quê as empresas de outdoor de Londrina terem infestado a cidade, causando uma poluição visual desenfreada, mesmo após tantas cartas de leitores publicadas pelos jornais, reportagens em todos os veículos de comunicação e reclamos da sociedade.
O presidente do Sindicato culpou as administrações anteriores por jamais terem regularizado o setor na cidade de Londrina, deixando aberta a possibilidade infinita de montar outdoors, painéis, luminosos e outras peças de comunicação visual sem o mínimo controle.
Pensei bastante a respeito da resposta de Romerson Faco. E chego à conclusão de que na verdade o que acontece em Londrina é uma absoluta falta de ética das empresas de outdoor, que não respeitam o espaço urbano, não respeitam os anseios da população e ultrapassam todos os limites do bom senso, pensando apenas nos seus faturamentos, nos seus ganhos.
Ética, respeito e cidadania não precisam de leis nem de regulamentações. São fatores intrínsecos a cada um de nós, cidadãos, independentemente das nossas atividades profissionais, sejamos publicitários (minha área de atuação), médicos, engenheiros, administradores, professores, políticos, etc.
Há regras básicas para vivermos em sociedade: o direito de um termina onde começa o direito de outrem. O espaço público pertence a todos nós – e somos responsáveis por mantê-lo íntegro. Somos os guardiões do nosso entorno.
A posição das empresas de outdoor, representadas por Romerson Faco é o lamentável reflexo de um grupo social eivado de pensamentos tortos, egocêntricos e absolutamente antipedagógicos. Sinal dos tempos.
O que Romerson Faco e os outros responsáveis pela poluição visual de Londrina responderão aos filhos quando o tema for abordado em suas salas de aula? “- Sim, filhinho, com muito orgulho, papai é um dos responsáveis por esse caos urbano”!?

23.10.09

Chantagem emocional

Por Guilherme Henrique Costa

Estive na audiência pública da Câmara para debater o projeto Cidade Limpa. Como não represento o “desenvolvimento econômico” do setor de propaganda e publicidade – como foi dito lá – eu, que não sou trabalhador braçal assalariado das “criativas” empresas de outdoors, me senti envergonhado como morador comum de Londrina. Não consegui fazer uma única pergunta para defender a despoluição porque a pressão das empresas na audiência foi muito maior do que a vontade dos cidadãos livres de quererem viver numa cidade visualmente confortável.
Foi visível o clima de mal-estar que a pressão gerou – cheguei a me sentir constrangido por me ofender com a poluição visual. Aliás, o presidente do sindicato dos donos das empresas de publicidade abriu a própria fala dizendo que poluição visual não causa nenhum mal. Só faltou dizer que deveríamos condecorar as empresas de outdoor!
Pelo visto, massa de manobra e claque não são mais exclusividade do meio político londrinense – tornaram-se “ferramentas” também muito bem usadas pelo poder econômico. Nunca imaginei que o setor tratasse o assunto com tanta arrogância como o fez na audiência pública! Um ultraje!

Tomamos a liberdade de reproduzir a carta acima publicada em 23/10/09 no Jornal de Londrina, pelo grau de importância do seu conteúdo e pelo direito de liberdade de expressão dos cidadãos londrinenses.

Males da Poluição Visual

Há que se dar ênfase ao combate à poluição visual, uma das grandes responsáveis pelo stress que afeta aos cidadãos.
Mas afinal, quais são os males causados pela poluição visual?
Viver em cidades pode ser muito estressante. Compromissos e horários para serem cumpridos, além do trânsito e das distâncias a serem percorridas para se locomover. As pessoas têm cada vez menos tempo para o lazer, muitas vezes deixado de lado, não por opção, mas por necessidade.
Nos nossos trajetos, temos de procurar o semáforo ou a placa de trânsito que estão embaralhados entre centenas de painéis, luminosos, outdoors e informações que demandam certo tempo para serem processadas em nossa mente e nem sempre são captadas. Juntemos ainda as imagens dos cartazes, dos postes inundados de faixas e cartazetes, a sujeira nas ruas.... mesmo contra nossa vontade é muito fácil ficarmos confusos, nervosos e desatentos, abrindo o caminho para o stress. Há ainda que se considerar que existem pessoas mais suscetíveis à poluição visual do que outras.
Segundo os especialistas, o stress pode nos deixar fisicamente mais vulneráveis, causar dores de cabeça, cansaço constante e, em alguns casos, até baixar nossa resistência física, abrindo caminho para doenças que afetem o corpo.
Dessa forma, torna-se fácil entender porque foi implantado o programa Cidade Limpa em São Paulo, impedindo que a poluição visual continuasse a se alastrar pela cidade e resgatando a paisagem natural que há tempos praticamente extinguira-se na cidade.

Imagem: activerelease.ca

22.10.09

Poluição Visual: a caminho da solução?

Noite de 21 de outubro.
Audiência Pública sobre a “Poluição Visual de Londrina”, convocada pela Câmara Municipal de Londrina.
Auditório bem representativo.
Ótimos debates abordaram o problema da comunicação exterior na cidade.
Houve oportunidade para a manifestação do Executivo, com o tema introduzido pelo prefeito Barbosa Neto e defendido pela arquiteta Regina Monteiro, de São Paulo, onde é a coordenadora do Projeto Cidade Limpa.
As empresas de outdoor foram também muito bem representadas pelo presidente do SEPEX PR, (Sindicato das Empresas de Publicidade Externa do Estado do Paraná), Romerson Faco.
A ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina) se fez presente com o seu presidente Marcelo Cassa.
Como resultado das discussões, foram apresentadas algumas emendas substitutivas ao projeto original do Executivo (que previa a eliminação de toda publicidade exterior), emendas que deverão ser discutidas pelos vereadores de Londrina.
Restou a impressão de que todos os presentes à audiência, sem exceção, concordaram que há excessos e absurdos na poluição visual na cidade – tema que nosso blog vem abordando há tanto tempo – e que existe um sopro de esperança no ar para tornar Londrina novamente mais bonita e menos poluída visualmente.

Espero que o atual 'tsunami' de poluição desenfreada desapareça rapidamente de nossas vistas!

21.10.09

Cuidado: luminoso danificado

Dentre o horroroso emaranhado de outdoors, destaca-se um front-light que aparentemente desprendeu-se da estrutura e pode cair a qualquer momento. Local: Rua João Wyclif, próximo ao Lago Igapó II.

19.10.09

Perigo: desabamento de estruturas


Flagrantes do desabamento de estruturas de outdoors ocorridos em 18/10/2009. "- Foi muita chuva e ventos", dirão os responsáveis. Mas a verdade é que os londrinenses estão à mercê da competência ou incompetência das empresas de outdoor, que deveriam prever estruturas fortes, à prova de quedas e se preocupar com a vida dos transeuntes que podem ser atingidos a qualquer momento. Vendo essas fotos, você confia nestas estruturas?

16.10.09

Agressão aos londrinenses

Impressionante: basta trafegar pelas principais avenidas de Londrina para se constatar o indiscriminado e geométrico avanço da poluição visual provocada pelas empresas de outdoor, que são as locadoras comerciais do espaço urbano.

Estranha-se esse avanço, que ocorre exatamente no momento em que o prefeito Barbosa Neto aguarda sua proposta de “Cidade Limpa” ser votada na Câmara dos Vereadores.

Para um bom entendedor, a proposta do prefeito reflete a saturação dos londrinenses, que já não aguentam mais a feiúra, poluição e o mal-estar provocados pelos incontáveis outdoors, front-lights, painéis, faixas, cartazes, banners, luminosos e outras invencionices espalhadas por todos os cantos da cidade. Para um bom entendedor, as empresas de outdoor estão partindo para uma confrontação, não só ao prefeito, mas a toda população.

Em entrevista publicada em junho último no Jornal da ACIL - Associação Comercial e Industrial de Londrina -, a presidente da APP (Associação dos Profissionais de Propaganda de Londrina), Cláudia Romariz, mostrou-se “preocupada” com o possível desemprego dos funcionários do setor de publicidade exterior. Entretanto, neste momento em que a cidade vem sendo agredida, loteada, poluída e enfeada pela exacerbada poluição visual, ela não se manifesta, nem tampouco mostra um único pinguinho de preocupação em relação aos moradores de Londrina.

As fotos que venho publicando no blog são apenas uma ínfima amostra da agressão que as empresas de outdoor vêm causando à cidade. Há necessidade, sim, de se normatizar a publicidade exterior, não só dos outdoors, mas também das fachadas de lojas e empresas comerciais. E volto a repetir: a prefeitura nem precisaria submeter um projeto de lei à Câmara, pois o próprio Código de Posturas do Município já autoriza toda e qualquer ação para regulamentação, fiscalização, localização, eliminação e formatação da publicidade exterior. Bastaria cancelar ou nem conceder as licenças para sua instalação e o projeto “Cidade Limpa” estaria rapidamente implantado.

Amostra de fachadas comerciais

Esta é só uma amostra da falta de regulamentação da comunicação exterior para lojas, escritórios, consultórios e comércio em geral. Não há padrão, não há dimensões mínimas, não há critérios e, principalmente, falta o bom gosto para atrair a atenção. Londrina está repleta de exemplos iguais a esse.

14.10.09

Poluição visual, cada vez mais e mais


Enquanto a lei Cidade Limpa não é votada pela Câmara dos Vereadores, a cidade de Londrina vem sendo entulhada de outdoors, tanto nas avenidas abertas mais recentemente, como naquelas mais tradicionais. A primeira foto mostra a Av. Ayrton Senna (note o painel para locação chamando algum anunciante incauto), e a segunda é trecho da Av. Madre Leônia, com o já tradicional e estapafúrdio trenzinho de outdoors - uma forma vil de agredir a paisagem londrinense.
Quando - e se - a lei Cidade Limpa for votada e caso a votação resulte em eliminação total dos outdoors, como foi feito em São Paulo, as empresas de outdoor voltarão a choramingar, espernear e apelar para a opinião pública, esquecendo-se de que foram elas as únicas culpadas por levar Londrina a esse caos urbano de comunicação visual. Uma agressão à cidadania!

Assassinato visual

Parece demoníaco com a cidade de Londrina - e é!
Esse triste visual está instalado na rotatória da Av. Higienópolis com Madre Leônia, um dos pontos nobres da cidade.
Não bastassem os oudoors instalados, há um deles desmontado (ou destruído) e mais dois painéis vagos aguardando anunciantes (veja as flechas).
E o mais triste: o verde das árvores está totalmente escondido. Por sinal, nenhuma entidade ligada ao verde, ao corte de árvores ou à preservação do meio ambiente se manifestou publicamente.
É por essa e por outras que os londrinenses se sentem desrespeitados pela ganância das empresas de outdoor, que pouco se importam com a cidade e só enxergam os seus próprios umbigos - ou melhor dito, suas carteiras de dinheiro.

Vem mais poluição por aí

A foto registra a estrutura de um front-light montado na Av. Madre Leônia, ainda sem anunciante, enfeiando Londrina. Com a inundação de outdoors e front-lights, a paisagem vai desaparecendo - assim como a estética visual da cidade.

Empresas de outdoor detonam Londrina

Como se não bastassem os outdoors já instalados, além da horrivel pintura no muro, faz algumas semanas que a empresa de outdoor aguarda um "freguês" para preencher o terceiro andar da poluição, montado há pouco tempo. Isso bem na época em que o projeto "Cidade Limpa" aguarda votação na Câmara dos Vereadores.