23.10.09

Chantagem emocional

Por Guilherme Henrique Costa

Estive na audiência pública da Câmara para debater o projeto Cidade Limpa. Como não represento o “desenvolvimento econômico” do setor de propaganda e publicidade – como foi dito lá – eu, que não sou trabalhador braçal assalariado das “criativas” empresas de outdoors, me senti envergonhado como morador comum de Londrina. Não consegui fazer uma única pergunta para defender a despoluição porque a pressão das empresas na audiência foi muito maior do que a vontade dos cidadãos livres de quererem viver numa cidade visualmente confortável.
Foi visível o clima de mal-estar que a pressão gerou – cheguei a me sentir constrangido por me ofender com a poluição visual. Aliás, o presidente do sindicato dos donos das empresas de publicidade abriu a própria fala dizendo que poluição visual não causa nenhum mal. Só faltou dizer que deveríamos condecorar as empresas de outdoor!
Pelo visto, massa de manobra e claque não são mais exclusividade do meio político londrinense – tornaram-se “ferramentas” também muito bem usadas pelo poder econômico. Nunca imaginei que o setor tratasse o assunto com tanta arrogância como o fez na audiência pública! Um ultraje!

Tomamos a liberdade de reproduzir a carta acima publicada em 23/10/09 no Jornal de Londrina, pelo grau de importância do seu conteúdo e pelo direito de liberdade de expressão dos cidadãos londrinenses.

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