Flagrantes do desabamento de estruturas de outdoors ocorridos em 18/10/2009. "- Foi muita chuva e ventos", dirão os responsáveis. Mas a verdade é que os londrinenses estão à mercê da competência ou incompetência das empresas de outdoor, que deveriam prever estruturas fortes, à prova de quedas e se preocupar com a vida dos transeuntes que podem ser atingidos a qualquer momento. Vendo essas fotos, você confia nestas estruturas?
Quando criamos o blog “Visual de Londrina” em 2007, descrevemos a cidade como sendo uma cidade muito bonita, criada em área geograficamente privilegiada, onde o céu azul de outono invade, sem pedir licença, todas as estações do ano.
A paisagem bonita conta com a integração criativa dos nossos arquitetos e é pontuada por uma grande quantidade de áreas verdes.
Chamou-nos a atenção, no entanto, o elevado grau de poluição visual que tomava conta da cidade. Passamos a documentar fotograficamente o excesso de placas, cartazes, cartazetes, penduricalhos, letreiros, luminosos e outras invenções da comunicação publicitária, algumas delas de absoluto mau-gosto na sua criação e falta de critério na sua colocação.
O blog logo despertou o interesse da comunidade: rádio, jornais, emissoras de televisão e revistas nos procuraram para entrevistas e a Prefeitura encampou a ideia paulistana de criar a lei “Cidade Limpa” – aprovada sob muitos protestos dos lojistas e das empresas de comunicação exterior, responsáveis pela absurda quantidade de outdoors instalados por metro quadrado na cidade.
Discussões à parte, a lei (que foi aprovada parcialmente), começa a dar nova feição à Londrina.
É esta Londrina de cinco anos atrás e de hoje que você, leitor, encontra neste blog – o mais completo sobre comunicação e poluição visual do Brasil.
Nosso intuito é continuar a documentar o visual da cidade, lembrando que os comentários e críticas não visam prejudicar, denegrir ou desmerecer pessoas ou empresas, sendo nossa única intenção prestar uma contribuição para que Londrina produza uma comunicação visual cada vez mais bonita, eficiente e criativa.
2 comentários:
Estive em Londrina apos a calamidade que se instalou nos quatro cantos da Cidade.
Ate o predio da Camara Municipal foi interditado devido ao ocorrido.
Se pegar por base o que vc registrou e o que eu vi pela cidade, teremos de cortar todas as arvores do municipio pois muitas delas cairam em cima de casas e carros.
Utilizar este momento de dor e prejuizos a cidade para culpar as empresas e....
Vamos deixar claro: um erro não justifica outros. Se a prefeitura deixa de cumprir seu dever de vistoriar o estado da árvores nas ruas; se a prefeitura não tem equipes para desobstruir bueiros e bocas de lobo; se a prefeitura permite que se construam casas em áreas de risco (e tudo isso tudo não ocorre só em Londrina); se a Copel não mantém uma sistemática de poda das árvores; se algumas casas e edificações são contruídas fora dos padrões mínimos de segurança... mesmo assim a queda de outdoors não se justifica. Hoje há mapas climáticos à disposição dos engenheiros, mostrando a força dos ventos em cada região. Existem planilhas de cálculos prontas para montagem de fundações e de telhados resistentes a ventanias e tormentas.
É por isso que uma das emendas substitutivas em votação na Câmara dos Vereadores de Londrina exige um responsável técnico, para exatamente se responsabilizar pela segurança das estruturas, do entorno e das pessoas.
Quando se olham as estruturas dos outdoors de Londrina, que além de tudo são muito feias, vem à cabeça a palavra "historicamente".
"Historicamente sempre foi assim".
"Historicamente nunca caiu nenhuma estrutura".
"Historicamente nunca ventou tanto".
Os tempos mudam. O clima muda. As exigências devem mudar!
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